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Closing Night - February-1970

 

Show gravado em Las Vegas, Nevada no dia 23 de Fevereiro de 1970.

Músicas:

 

All Shook Up
I Got A Woman
Long Tall Sally
Don´t Cry Daddy
Hound Dog
Love Me Tender
Kentucky Rain
Let It Be Me
I Can´t Stop Loving You
See See Rider
Sweet Caroline
Polk Salad Annie
Band Introductions
Blueberry Hill/ Lawdy Miss Clawdy  (Elvis ao piano)
Heartbreak Hotel
One Night (Elvis na guitarra)
It´s Now Or Never
Suspicious Minds
Elvis apresenta Lamar Fike, Tom Parker e Felton Jarvis
Can't Help Falling In Love

 

Closing Night - February 1970 - Por Sergio Luiz

Renovado pelas apresentações ao vivo de 1969 e pelo sucesso comercial e crítico das mesmas, Presley  voltou ao palco do Internacional em Fevereiro de 1970. Transbordando energia e inspirado pelos recentes sucessos, montou um repertório maduro e variado para a nova estadia, considerada por muitos como uma de suas melhores temporadas. Provando ser um artista contemporâneo, buscou apoio em seus sucessos mais recentes para montar o novo repertório. Sua decisão mostrar-se ia uma sábia escolha e canções como Kentucky Rain e Dont Cry Daddy são adições perfeitas para a ocasião. Perfeitas são também as escolhas de Polk Salad Annie e Walk A Mile In My Shoes, duas músicas que despontavam nas paradas de sucesso e que mostram como Elvis estava mergulhado no cenário musical atual.

 

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Elvis durante a temporada de Fevereiro de 1970.

 

Presley não se esquece de afundar em seu relicário de canções e desenterra clássicos como; The Wonder Of You, Sweet Caroline e Let It Be Me, cujas versões se tornarão standarts definitivos em sua voz.

 Marcado pela habilidade artística de Elvis e algumas surpresas aqui e acolá, o show de encerramento foi lançado anteriormente nos bootlegs  True Loves Travels On A Gravel Road e Closing Night 1970 ( selo Graceland Records), mas de forma incompleta e com qualidade sonora inferior. Coube a sempre competentíssima Madison dar aos fãs o show na íntegra, com qualidade sonora superior e envolta na roupagem costumeira do selo, traduzindo-se em primoroso trabalho artístico de capa, contracapa e livreto interno, prestando a devida homenagem ao álbum oficial On Stage, February 1970.

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O show é descontraído, condizente com o clima de encerramento e o repertório variado mistura clássicos, covers e canções recentemente gravadas.

Ainda experimentando com os números de abertura, Elvis investe em All Shook Up como número inicial. É uma boa interpretação, agressiva como em 1969, mas não é o melhor número para um início de show, e o cantor só irá achar o começo ideal em 1971, quando 2001 e That´s All Right são adicionadas.  I Got A Woman já toma seu lugar definitivo no set list do show, e ainda conserva o impacto que irá diminuir ao longo dos anos. Elvis investe com força em Long Tall Sally,numa versão explosiva marcada pelos vocais roucos e agressivos tão característicos do seu retorno aos palcos.

Mas é no material recente que Elvis realmente brilha. Dont Cry Daddy, nascida nas sessões de Memphis no ano anterior, ganha uma ótima versão. O mesmo nível é mantido em Suspicious Minds e Kentucky Rain, e o comprometimento de Elvis com as canções novas é evidente. Assim como seu retorno às apresentações ao vivo com o Comeback Special provou que ele não havia perdido seu impacto perante a platéia, o material gravado no American representava para Elvis seu desafio final: Provar que era um artista contemporâneo e relevante para o cenário musical. O êxito subseqüente obtido nas paradas de sucesso com o material do American veio coroar essa nova etapa.

Frente a isso, seu desinteresse nos clássicos que há 13 anos o levaram ao estrelato mundial fica ainda mais evidente. Pouco antes de Hound Dog, Elvis, de fato, expressa esse sentimento ao apresentar Dean Martin:

 

“Eu realmente não tenho vontade de cantar essa canção...Muitas vezes eu queria ser um performer como esse cara: “Everybody Loves Somebody” (cantando). Mas eu não posso fazer isso. As pessoas viriam aqui e diriam “ Ele não consegue se mexer mais!”

 

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Duas fotos clássicas da temporada, exemplos do dinamismo de Elvis no Palco

 

 

Mas se Hound Dog, Heartbreak Hotel e Love Me Tender não representam para Elvis nada além do que lembranças de um passado glorioso, o mesmo não pode ser dito de quatro números fulminantes que estrearam nesta temporada e que estão presentes neste show de encerramento.Gravadas originalmente por outros artistas, elas ganham com Elvis suas versões definitivas.

A primeira é a linda balada Let It Be Me, gravada originalmente pelo francês Gilbert Bécaud em 1955. Os novos arranjos de Glen Hardin e a vocalização magistral de Presley dão um sopro de vida a canção, transformando-a num clássico instantâneo. Infelizmente a mixagem feita originalmente no tape coloca os vocais de fundo muito em evidência, comprometendo o final da canção.

Sweet Caroline, original de Neil Diamond, tornar-se ia uma favorita da temporada, ganhando versões inspiradas de Elvis. Diferentemente da versão original, Elvis sabiamente deixa os característicos agudos à cargo das Sweets.

Com C.C. Rider e Polk Salad Annie , Presley prova que a nova década também é Rock´n´Roll. As duas pedreiras estréiam explosivas nessa temporada e serão para sempre associadas com o cantor. A primeira é puro rock´n´roll, com um solo de guitarra fabuloso de James Buton. Em 1972, irá se tornar o número de abertura “oficial” de seu show e embora com versões excelentes, as performances de C.C. Rider da temporada de fevereiro são sem sombra de dúvida suas melhores execuções.

Na mesma categoria, Polk Salad Annie puxa pelo funk-rock e apresenta um novo estilo para o repertório de seus shows. Maliciosa, divertida e cheia de ginga é o outro clássico para sempre associado com Elvis e à exemplo de C.C. Rider, figurará no repertório até algumas de suas últimas apresentações.

 

Mas mesmo que seja no material contemporâneo que Presley prove sua excelência, é com seus clássicos de outrora que ele surpreende a platéia. O cantor senta-se ao piano, fato raro em suas apresentações, e improvisa um medley de Blueberry Hill/ Lawdy Miss Clawdy. Longe de ser um pianista gabaritado, Presley diverte o ouvinte com um piano incerto mas que segura muito bem as pontas, especialmente no solo de Lawdy Miss Clawdy. É sem dúvidas, um dos grandes momentos da noite.

Mostrando versatilidade, Presley pede o banquinho para tocar guitarra em One Night, em outro ótimo momento da noite.

Its Now Or Never vem encerrar o “revival”, numa rara versão. Ao vivo, a canção nunca reteve a mestria do master gravado no estúdio da RCA em 1960, carecendo da mesma finesse do original. O arranjo também prova ser equivocado, pendendo mais para o mexicano do que para o italiano. Talvez por isso, Its Now Or Never nunca tenha funcionado bem ao vivo, mas nessa noite ganhou uma de suas melhores versões, talvez a melhor.

Após Suspicious Minds, Presley encerra a noite com Cant Help Falling In Love.

Como bônus para arrendondar o disco, a Madison inclui o acetato master de Walk A Mile In My Shoes e dois ensaios de The Wonder Of You. Há ainda, a entrevista de Elvis em Houston, que precede seu triunfo no gigantesco Astrodome.

Como nota negativa deste lançamento, deve-se citar que a qualidade sonora é instável no decorrer do CD. Nota-se que o volume sobe e desce com freqüência durante a apresentação, indicando que talvez a Madison tenha usado mais do que uma única fonte para a produção do CD. A qualidade do tape também não é das melhores, apresentando uma mixagem por vezes ruim.

Mesmo assim, a qualidade sonora é superior aos lançamentos prévios e muito satisfatória. Some-se a isso uma apresentação inspirada de Elvis, numa temporada igualmente inspirada e temos certamente um clássico da sua discografia pirata.

 

Som: 4/5

Performance: 5/5

 

Leia Também:

Polk Salad Annie - Por Luiz Henrique

Let It Be Me – Por Luiz Henrique

® Sergio Luiz Fiça Biston, Julho de 2007

 

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