All Things Are
Possible - Por Sergio Luiz A quarta temporada de Elvis
Presley no International, marca precisamente o momento em que o cantor começava
a demonstrar os primeiros sinais de irritação com o esquema repetitivo dos
concertos All Things Are
Possible não foge
a essa regra e assim como os demais CDs dessa temporada, apresenta altos e
baixos e algumas surpresas agradáveis. Numa comparação direta com seus
concorrentes, e levando em consideração o nível de performance, repertório e
qualidade sonora ;All Things Are
Possible fica com o segundo lugar, perdendo apenas para “Lean, Mean And Kicking Butt.”
Esta temporada marca também, a
estréia de “Also Sprach Zaratustra”
como tema de abertura dos shows de Elvis. A escolha provou-se muito afortunada e
seu impacto na platéia e na crítica especializada foi
incontestável: A
abertura do show de Elvis terça feira passada, provou ser uma performance
difícil de ser superada…Baseada em “2001 Uma Odisséia No Espaço” e repleta de
instrumentos de percursão, o efeito especial só precisava que o teto do showroom
se abrisse e uma voz gutural dissesse “Meu Outro Filho, Elvis!”
_______________________________________________ Elvis recebe um
presente de um fã, durante a performance do dia 27.
31 De Janeiro de 1971
See See Rider ainda não se tornara o número de
abertura, honraria dada a That´s All
Right. Embora a primeira seja um número mais impactante, seu primeiro
sucesso se sai muito bem e temos uma excelente versão essa noite. Logo após o
número inicial, Elvis passa rapidamente para o clássico de 1970 “You Dont Have To Say You Love Me”, numa
boa versão que nada fica a dever à suas versões
anteriores.
Love Me Tender ainda é executada com algum
carinho por Elvis, mesmo que ela já faça parte da rotina de beijos nas garotas
da primeira fila.
Elvis promove o novo álbum, Elvis Country, com duas performances
extraídas do disco. A primeira é There
Goes My Everything, que tinha tudo para ser uma excelente versão, mas Elvis
a estraga com alguns comentários direcionados a banda. O mesmo acontece com The Wonder Of You, um de seus maiores
clássicos que é simplesmente assassinada.
Prova cabal de sua atitude “vamos
terminar logo com isso e fazer uma festa na minha suite”, Elvis atravessa a
introdução orquestrada e encurta a canção em um verso.
Já Sweet Caroline, mais uma canção resgatada da
temporada passada, ganha aqui mais uma ótima versão, assim como You´ve Lost That Loving Feeling.
Polk Salad Annie ganha nova roupagem, agora sem a
introdução recitada e mais
acelerada. Excelente versão que conta com um final inesperado, graças a Jerry
Scheff e as Sweet Inspirations ( Got Cat
Get It, Get It!).“Se você tiver
problemas de peso, recomendo fazer isso pela manhã”, emenda um Elvis
ofegante, antes de iniciar a grande surpresa da noite, Only Believe. Faixa gospel menor de um
álbum igualmente menor de sua discografia, a canção ganha aqui sua única versão
ao vivo. Boa performance, ainda mais quando comparada com How Great Thou Art que é simplesmente
destroçada por interrupções, piadinhas e trocadilhos. A segunda gospel da noite
é a mais frustrante, já que se trata da segunda versão ao vivo e cujo os
arranjos são muito similares a versão de estúdio. Com os Imperials fazendo
vocalizações diferentes das feitas pelos Stamps mais tarde, e Elvis a cantando
com mais delicadeza, sua atitude transforma uma potencial excelente versão numa
decepção.
Em contrapartida, Make The
World Go Away, a segunda
do álbum Country, é executada com a atenção e o zelo necessários, resultando em
uma excelente performance. O mesmo vale para Something, que coloca a versão do
“Aloha” para dormir.
Seguindo o clássico de George
Harrinson, James Burton, Elvis e Tutt põe fogo no showroom com uma explosiva
versão de “Johnny
B.”
Já no segmento “revival” do show,
merecem destaque “Love Me*”, em uma
de suas últimas aparições decentes antes de ser lentamente assassinada ao longo
do anos e One Night, numa versão
inspirada, mesmo que não imune aos risos de Elvis. Já Blue Sued Shoes e Hound Dog são apenas “bagunça” para
divertir o público. Hound Dog marca o final do tape, que deve estar completo em
sua versão original em reel to reel.
Para arrendondar o CD, a DAE
inseriu Mistery Train/Tiger Man,
Love Me Tender e Cant Help Falling In
Love ( dedicada a Hall Wallis, diretor de Blue Hawaii) do show de
abertura.
Infelizmente com o tape acabando
antes do termino do show, fica de fora a melhor adição no repertório dessa
temporada, The Impossible Dream.
Mesmo assim, All Things Are Possible retrata um bom momento de Elvis no palco do
Internacional, nesta temporada que encontrou um Elvis batendo de frente com a
monotonia dos concertos duplos de Vegas, certamente mais do que nunca incomodado
com o som de talheres e copos de champagne da platéia.
Som:
3,8/5
Performance:
4/5
*
Leia Também:
Lean
Mean And Kicking Butt- Por Sergio Luiz
The Impossible Dream – Por Luiz Henrique
® 2007 Sergio Luiz Fiça Biston, Julho de 2007
® 2007 Elvis Collectors
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