IF I CAN DREAM  - ELVIS PRESLEY WITH THE ROYAL PHILARMONIC ORCHESTRA (RCA/LEGACY)
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Por Sergio Biston

Desde a morte de Elvis Presley em 16 de Agosto de 1977, tentativas foram feitas para, irônicamente, modernizar uma obra que em sua maioria é atemporal. A primeira delas foi o álbum Guitar Man, produzido ainda por Felton Jarvis na década de 80. O resultado é um disco que hoje soa mais datado do que as músicas que se propôs modernizar. Outras tentativas foram feitas nas décadas subsequentes, com maior ou menor grau de sucesso, como o hit A Little Less Conversation e o desastroso álbum VIVA Elvis! Sua música foi cortada, editada, remixada, sampleada, computadorizada, isolada, alterada e distorcida aos gostos de cada geração. No fim, não importa o que seja feito com sua música, é sempre sua voz e sua interpretação, seu magnetismo e seu carisma, que faz com que retornemos à ela, gerações após gerações.
If I can Dream - Elvis With The Royal Philarmonic Orchestra seja talvez a primeira vez que um álbum de remixagens respeite a visão de Elvis de sua música e um que talvez, ele se orgulhasse de ter feito.
  Que fique claro, e os puristas hão de concordar, não ha qualquer necessidade de que a obra deixada por Elvis seja alterada. Ela é o que é. Foi culturamente revolucionária na década de 50 e com altos e baixos foi relevante e de qualidade nas duas décadas seguintes. Ela é, essencialmente, o produto de um gênio inconstante e o reflexo de como ele enxergava sua arte.
Mas quando modificada com uma clara visão artística e executada por indivíduos igualmente talentosos, o resultado é um álbum que agrada aos sentidos.
Grande parte do sucesso desta nova empreitada vem do fato de que os arranjos de grandes interpretações de seu repertório foram essencialmente mantidos. Não ha aqui nenhuma estrepulia grandiloquente ou o desejo de alterar radicalmente as canções. Nos remixes a orquestra jamais se torna um intruso, nem mesmo um convidado obtuso que se faz presente nas horas mais impróprias. É aqui que a tradição e o talento da Orquestra Filarmônica Real, composta por virtuosos das cordas e  do sopro e de músicos de imenso talento, se faz sentir e coloca o disco numa liga diferente de seus antecessores.
A escolha do repertório foi em sua maior parte muito feliz, reunindo interpretações magistrais de Elvis ao longo de toda sua carreira como Bridge Over Troubled Waters, There´s Always Me e If I Can Dream, equivocando-se apenas nas faixas Burning Love e Steamroller Blues, duas canções cujas essências Rock e "Bluesística" não combinam em nada com arranjos adocicados de violinos. Ha também um efervecente dueto de Elvis e Michael Bublé simplesmente delicioso.
  A direção de arte revela-se acertada, com fotos em preto e branco de um Elvis estiloso e atemporal no ambiente de gravação, uma imagem que parece ter sido capturada semana passada.
Nos anos que se seguirão, If I Can Dream será posto à prova do tempo. Pela qualidade dos arranjos, pela tradição e competência dos músicos, ha uma grande chance de manter sua relevância quando todos os outros equivalentes sejam apenas curiosidades ultrapassadas.
Essencialmente, o que ficará dele ou das canções originais dais quais tomou sua inspiração, será o imenso talento de um intérprete que continua a cativar gerações. Sampleado, remixado ou simplesmente original.




























 
® Sergio Luiz Fiça Biston, Novembro de 2015



 



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Burning Love
Its Now Or never
Love Me Tender
Fever
Bridge Over Troubled Water
And The Grass Wont Pay No Mind
You´ve Lost That Loving Feeling
There´s Always Me
Cant Help Falling In Love
In The Ghetto
How Great Thou Art
Steamroller Blues
American  Trilogy
If I Can Dream
If I Can Dream - Elvis Presley With The Royal Philarmonic Orchestra(RCA/Legacy)