O Elvis Collectors Brasil tem orgulho de apresentar mais uma entrevista com um membro da TCB Band, a banda que acompanhou Elvis nos palcos e no estúdio, entre 1969-1977. Desta vez, o baterista Ronnie Tutt falou pela primeira vez com os fãs do Brasil sobre diversos aspectos de sua carreira, bem como os anos de estrada com Elvis. Esperamos que vocês apreciem esta entrevista, tanto quanto apreciamos fazê-la.
Agradecimentos especiais à Jacqueline Ulmo.
On The Drums from Dallas, Texas, Is hard-working Ronnie Tutt....
ECB: Elvis Collectors Brasil
ECB:
(SERGIO) Poderíamos começar com você nos contando um pouco sobre seu Início e
como você acabou tocando para Elvis?
RONNIE:
Comecei
cantando e dançando com aproximadamente três anos e meio. Minha mãe me arrastava
para aulas de sapateado e também comecei a tocar trompete. Ainda na escola
troquei meu trompete por um velho conjunto de bateria-Já estava cheio dele e
queria me expressar de maneira mais rítmica – Estudei música por cerca de três
anos e então comecei a trabalhar com “jingles” em Dallas, mais tarde em Memphis
e então novamente
ECB: (SERGIO) Qual
foi sua primeira impressão sobre ele, quando o
conheceu?
RONNIE:
Gostei dele na hora- Esse cara tinha toneladas de carisma- tivemos uma grande
simbiose desde o primeiro momento.
ECB: (SERGIO) Como era tocar com Elvis nos
ginásios ao redor dos Estados Unidos, quais eram as partes e boas e ruins das
turnês?
RONNIE: Nós todos adorávamos tocar ao vivo, sentindo a resposta instantânea das grandes platéias. Entretanto, nossa turnê era "tecnicamente deficiente" no que se relacionava aos equipamentos de som e luz, comparada com outras grandes turnês da época. Lembre-se que a maioria dos ginásios e arenas não foram construídas para shows e demais atividades musicais mas sim para uma vasta gama de eventos, na maioria esportes. Em algum momento da história dos shows de rock, um brilhante- ou ganancioso- empresário, teve a idéia de colocar o maior número de pessoas em um só lugar para pagar por um concerto e ser parte do "evento". A parte realmente difícil era com relação ao transporte, ir de uma cidade à outra em muitos shows seguidos e sem muito descanso= ($?)
RONNIE:
Começando por
Vegas, os Midnight shows de Agosto de 1969, eram eletrizantes. Nos esforçava-mos
o máximo para dar absolutamente nosso melhor e impressionar os inúmeros fãs,
celebridades, artistas e outros "entertainers" que estavam todas as noites na
platéia.
Ainda me recordo de
três shows inesquecíveis: O concerto no Houston Astrodome, Texas, para 45.000
pessoas, onde tocamos no meio da arena num palco giratório e havia um
atraso de cerca de 2 segundos e meio. A platéia estava tão distante que pareciam
formigas. Elvis achou engraçado e começou a fazer movimentos repentinos e
exagerados e dois segundos e meio depois, ouvíamos aquele rugido da platéia,
respondendo ao movimento de Elvis. Ele então virou-se pra mim e para os demais e
nos agrupamos e de certa forma fizemos o show para nós
mesmos.
Também me recordo do
show de Ano Novo em Detroit, Michigan, no Pontiac Silverdome para 60.000
pessoas. Fizemos o show num palco de três metros de altura-wow!...Claro que
também tem o "Aloha From Hawaii", onde ficamos uma semana no "Rainbow Hilton" na
praia de Waikiki e fizemos um concerto para os fãs em Honolulu...o Havaí é
um lugar especial para nós!
Ronnie Tutt com Elvis no Astrodome em Março de 1974.
ECB: (MARCO)
Havia alguma canção em especial que você gostava de tocar ao
vivo?
RONNIE: Sim, "Big Boss Man", porque ele nunca desprezou ou apressou a canção e manteve seu ritmo "funk". Posso te citar algumas que menos me agradavam: "Polk Salad Annie", "Suspicious Minds", "Patch It Up" e "Fever". As três primeiras eram divertidas e desafiadoras no começo, mas eventualmente tornaram-se paródias de si mesmas
JACQUELINE:
Havia uma grande diferença entre tocar em Vegas e na estrada? Você poderia citar
alguns exemplos, por favor?
RONNIE:
A diferença é algo como correr uma maratona ou os 100 metros rasos. Os shows da estrada eram apenas um show por noite -dar tudo de si, força total naquele momento, o mais que rápido que você puder- e em Vegas, você tem que de certa forma diminuir o ritmo, já que são dois shows por noite, os sete dias da semana, e três shows nos finais de semana!Os dois shows em Vegas
eram muito diferentes porque no primeiro show, era servido um jantar e as
pessoas faziam todos os barulhos comuns de um restaurante - pratos, copos,
pessoas falando alto e rindo, garçons derrubando bandejas...Isso nos deixava
loucos, mas no segundo show eram servidos apenas drinks e a platéia
já chegava acelerada, pronta para ouvir o show de suas
vidas!
ECB: (LUIZ) Nos
últimos dois anos da carreira de Elvis, as turnês passaram a ser praticamente
mensais. A banda recebia algum tipo de orientação sobre o set list antes do
início da turnê?
RONNIE: Raramente
haviam ensaios antes das turnês, apenas para as longas temporadas de
Vegas.
Ronnie Tutt e Elvis no Boston Gardens, Novembro de 1971.
ECB: (LUIZ)
Havia algum tipo de contato entre Elvis e a banda antes ou depois das
turnês?
RONNIE: Se fosse de sua vontade sim, era mais
do que bem vindo. Normalmente ele nos contatava apenas se fossemos gravar algo
com ele, como nas sessões
JACQUELINE: Em
Março de 1972, você gravou pela primeira vez com Elvis em um estúdio,
RONNIE:
Muito parecido com um ensaio, já que ele fazia o que queria...quando queria. Eu
rapidamente aprendi que ele sentia-se desconfortável no ambiente do estúdio, uma
vez que eles tentavam fazer com que ele cantasse com abafadores ou isolantes
acústicos, o que o deixava irritado e frustrado. As vezes ele tirava o microfone
do pedestal e andava com ele,vinha até minha frente como costumava fazer no
palco, como que se buscasse "sentir" o ritmo e não apenas ouvi-lo. Ele era um
"purista" quando se tratava de gravações. Acho que ele acreditava que o
propósito de uma gravação era capturar uma performance "ao vivo". Acredito nisso
porque acho que suas performances ao vivo são muito mais excitantes e
energizadas do que as do estúdio.
ECB: (RENAN)
A última sessão de gravação de Elvis em estúdio foi em sua casa em Memphis,
Graceland. Ha rumores que ele tentou diversas canções dos "Platters" e também
uma versão de "Fellings". Você acredita que alguma dessas canções foi
gravada?
RONNIE: Eu
honestamente não me lembro.
ECB: (SERGIO)
Dentre todas as sessões de estúdio que você participou com Elvis, qual foi
sua preferida e por quê?
RONNIE: Minha
favorita é a sessão de "Burning Love". Estávamos o encorajando a gravar mais
rocks e cara...esse foi um daqueles... O produtor de Elvis, Felton Jarvis,
estava tendo problemas renais graves e tinha que se deitar no chão da sala de
controle, então eu basicamente produzi e fiz os arranjos base da faixa. Os
caras (James Burton na guitarra e Emory Gordon no baixo) fizeram um
trabalho excepcional e o resto é história.
ECB:
(SERGIO) Depois do Aloha From Hawaii, o momento era perfeito para uma turnê
mundial. Entretanto, Elvis foi levado novamente à Vegas, o que claramente foi
uma decepção para ele. Elvis de alguma forma expressou seu descontentamento com
a banda?
RONNIE:
Não, não seu descontentamento...apenas seu desejo. Elvis me falou em duas
diferentes ocasiões, que ele queria ir mais longe e fazer turnês mundiais. Muito
infelizmente, isso nunca ocorreu. Ele poderia ir para qualquer lugar do mundo
para cantar.
ECB: (SERGIO)
Em Agosto de 1974, Elvis abriu uma nova temporada
RONNIE: Elvis tinha esse lado inseguro dele...E era profundamente, uma criatura de hábitos. Então, quando a platéia não reagiu da maneira que ele esperava, ele agiu de maneira tempestuosa e mexeu no repertório novamente, voltando a sua zona de conforto. E você sabe, a platéia sempre queria ouvir os antigos sucessos..
.
Elvis and Ronnie. Vegas, Agosto de 1974
ECB: (RENAN) Ronnie, como você provavelmente sabe, um tape contendo os ensaios para a temporada de Agosto de 1974, apareceu alguns anos atrás, incluindo uma bela versão de "The Twelft Of Never", e "Softly As I Leave You", entre outras. Você tem alguma lembrança em particular desses ensaios?
RONNIE:
Infelizmente não. Mas lembro de Shawn Neilson cantando "Softly" enquanto Elvis recitava a história. Um momento tocante. Não haviam muitos olhos secos na platéia.
ECB:(SERGIO) Depois
da brilhante noite de abertura, as coisas pareceram desandar um pouco e no
último show da temporada, Elvis reagiu de maneira contundente sobre os rumores
publicados em tablóides sobre uso de drogas. Você estava presente neste famoso
show de encerramento
ECB:(SERGIO) Após os
shows de encerramento da maioria das temporadas de Vegas, eram realizadas festas
particulares na suíte de Elvis. Como eram essas festas? Você tem alguma
lembrança especial delas?
RONNIE: Na
verdade, eram feitas duas festas após a maioria dos shows. A primeira era no seu
camarim, para celebridades, e a segunda em sua suíte privativa para amigos e os
convidados que podíamos trazer. Uma noite eu fui até seu camarim e lá estava
Lucille Ball. Ela olhou pra mim com aqueles belos olhos azuis e disse à Elvis:
“Acho que vou levar esse cara pra casa comigo...Você sabe que tenho uma queda
por bateristas".
ECB:(SERGIO)
Você se recorda de algum momento engraçado no estúdio ou no palco? Quais são
suas lembranças favoritas de Elvis?
RONNIE:
Em um show em Bufallo, New York, o público estava eletrizado e divertindo-se. Aí
no final de Cant Help Falling In Love, eu entrei na batida costumeira, e a
orquestra começou seus acordes finais...a platéia ficou fora de controle e
começou a invadir o palco. Elvis já estava indo embora quando olhou pra trás e
viu, achando tudo muito engraçado, Charlie Hodge num esforço ridículo e
corajoso, lançando-se contra a multidão tentando bloqueá-la...Ele rapidamente
desapareceu na multidão, engolido pelos fãs...alguns segundos depois ele
apareceu de volta, de pernas pro ar, como se tivesse sido engolido e depois
cuspido pelos fãs. Eu olhei na direção de Elvis, que então havia encontrado um
bom lugar para observar e sair rapidamente, e ele estava rindo
incontrolavelmente, assim como todos nós.
ECB:(SERGIO) Quais são suas
lembranças favoritas de Elvis?
RONNIE: Minhas lembranças favoritas de Elvis podem ser resumidas em: Sua risada, seu senso de humor, seu desejo em se divertir em um tipo de trabalho tão desgastante. Sua generosidade. Sua espiritualidade.
JACQUELINE:
Você pode comentar um pouco sobre sua amizade com Elvis? Você o via com
freqüência?
RONNIE:
Sim,
em certas ocasiões. Mas eu tomava cuidado para não ser identificado como um dos
"bajuladores" que por vezes, os cercavam. Aulas de Karate eram freqüentes em sua
suíte, e eu e minha esposa estávamos muitas vezes lá. Percebi que para
acompanhar seus movimentos no palco, poderia ser mais fácil se estudasse Karate.
Ele nos ensinava e também trazia instrutores como o mestre Kang Rhee e claro, o
pai do Karate americano, Ed Parker, que frequentemente estava
lá.
JACQUELINE:
Você conversava com ele de homem pra homem, sobre coisas íntimas e
pessoais?
RONNIE:
Sim,
mas essas conversas são muito íntimas e pessoais para falar tão abertamente,
talvez um dia...
JACQUELINE:
Como você via Elvis naquela época e como o vê
agora?
RONNIE:
I
A primeira vez que vi Elvis, foi em 1955. Eu tinha acabado de começar a
tocar bateria e estava tocando com uma banda muito boa de "western" que era a
banda da casa do programa de rádio transmitido ao vivo de Ft.
Worth, chamado "The Northside Jamboree".O programa era a versão "Texana" do
"Grand Ole Opry" e do Louisiana Hayride". Eu fui até lá com a minha
namorada e Elvis chega ao show com Scotty Moore e Bill Black, apenas os três,
então Elvis teria que tocar o violão. Após arrebentar a maioria das cordas do
seu violão, ele pegou o belíssimo Martin do nosso guitarrista e depois
de usá-lo, devolveu-o com cordas faltando e marcas profundas de
palhetadas na frente. Não foi muito legal da parte dele, então não tive uma
boa primeira impressão, especialmente porque minha namorada ficou louca por
ele.
Mas
como aquele velho ditado diz, “A saudades faz o coração ficar mais
afetuoso" e é isso o que acontece, porque apenas me lembro dos bons tempos e dos
grandes momentos com esse homem imensamente talentoso e abençoado...mas sempre
lembrando que ele era apenas um homem...
JACQUELINE: Naquela época, era muito comum que os músicos recebessem credito nos álbuns, mas os músicos de Elvis nunca receberam os devidos créditos. Isso foi alguma vez discutido?
RONNIE:
Não diretamente com Elvis, mas era embaraçoso e frustrante para nós, já que
éramos creditados nos álbuns de outros artistas. Uma explicação possível era que
o sindicato dos cantores (AFTRA, na sigla em inglês) determina que todos os
álbuns devem creditar/listar os cantores e o nosso sindicato dos músicos (AFM,
na sigla em Inglês) não determina essa listagem. Então, obviamente, o Coronel
escolheu não nos creditar mesmo que Elvis nos apresentasse nas gravações ao
vivo! É bem provável que o Coronel não queria que parecêssemos importantes ou
influentes, já que isso faria com que nosso "valor de mercado"
subisse.
JACQUELINE:
Como era o relacionamento entre a banda e o empresário de Elvis, Coronel Tom
Parker? Você poderia citar os pontos bons e ruins sobre
ele?
RONNIE:
Da maneira que vejo, acredito que ele achava que os músicos eram como
biscoitos..."vai um vem oito", éramos um produto barato e apenas Elvis tinha
valor, o que do seu ponto de vista é compreensível. Não sei os detalhes, mas
acredito que tudo teve início quando Elvis, Scotty, Bill e mais tarde DJ, eram
uma banda e Scotty era o empresário. É bem provável que alguns problemas
ocorreram quando Parker quis separá-lo deles e conseguir o contrato para ser seu
empresário. Então é possível que o Coronel quisesse manter os músicos afastados
de Elvis por causa disso.
Pormenores à fora,
como empresário, acho que o Coronel foi fantástico no ínicio da carreira de
Elvis, mas como pessoa, acho que ele não entendia a alma de Elvis e
seu temperamento artístico, que necessitava de vôos mais altos para inspiração e
algo que o fizesse olhar sempre pra frente e aproveitar
a vida ao máximo.($)
PERGUNTA ENVIADA PELO
FÃ: PAULA TIBÉRIO: Olhando para trás, existia um sentimento de que você e
a banda estivessem fazendo algo tão grande e importante, que seria ouvido
e aclamado nas décadas vindouras?
RONNIE:
Na verdade não. Na minha opinião, éramos músicos fazendo o que fazíamos de
melhor para viver. Não tínhamos ilusões de grandiosidade. Claro que éramos
conhecidos e requisitados no nosso meio, mas ninguém poderia prever o fenômeno
que estava porvir. O único momento que chegamos perto da "grandiosidade" foi o
"Aloha From Hawaii", transmitido via satélite para todo o mundo. Foi uma
experiência fantástica, olhando para trás. Milhões de pessoas nos assistindo ao
vivo, simultâneamente ao redor do mundo...uma experiência
fantástica.
Ronnie
Tutt ao vivo, para o mundo. Aloha From
PERGUNTA ENVIADA
PELO FÃ: PAULA TIBÉRIO: Você acha que Elvis sabia o quanto era amado pelos
fãs?
RONNIE: Acho
que ele nunca soube completamente, já que ele era na maioria das vezes protegido
dos seus fãs e admiradores, infelizmente por um bom motivo. Por mais incrível
que possa parecer, ele tinha esse lado inseguro de sua personalidade, que estava
sempre buscando aceitação.
ECB:(MARCO) Ronnie, antes de encerramos essa
entrevista, gostaríamos que você contasse aos fãs do Brasil, o que você está
fazendo agora e quais são os seus projetos
futuros?
RONNIE: Ano passado, completei
25 anos com a banda de Neil Diamond e ele decidiu tirar esse ano (2006) para
descansar. Isso me dá a oportunidade para fazer projetos e shows esse ano todo,
a maioria relacionados com Elvis. Três de nós (James, eu e Glen D.) acabamos de
completar um álbum de novas canções, aqui em Nashville, para um
cantor/compositor chamado Jim Lauderdale- um cara muito talentoso e engraçado.
Mês passado a TCB Band gravou 24 canções novas em alemão, para um jovem e
simpático cantor chamado Michael Werner. As datas de lançamento ainda não estão
definidas. No próximo mês faremos um CD com um rapaz do Texas chamado Ted
Patton, que irá gravar um álbum de canções de Elvis para ser doado à
caridade.
Um projeto que será lançado em breve é o DVD do
concerto do 25º aniversário, realizado no Pyramide de Memphis. Vi algumas partes
e está fantástico! Nunca achei que pudesse ser feito/produzido de maneira tão
satisfatória. Foi uma surpresa
agradabilíssima
Com
relação ao futuro, gostaria de continuar tocando enquanto minha saúde
permitir. Ha muitos fãs ao redor do mundo que gostaria de conhecer e muitos
lugares interessantes para ir e visitar. Então, meu objetivo é continuar a fazer
o que sempre fiz. Não sei que outra coisa faria, mas Deus sabe o que deve ser
feito. Ele me deu um talento, assim como faz com todos nós, então continuarei a
usá-lo da melhor maneira possível. Talvez um dia não viajemos tanto, mas essa
não é uma decisão a ser tomada agora.
Gostaríamos
de agradecer imensamente à Ronnie Tutt pela entrevista e desejar-lhe a melhor
das sortes em seus projetos futuros.
® 2006 Elvis Collectors
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