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Elvis Presley Gladiators

 

Elvis Presley - Gladiators – Por Sergio Biston

Em Setembro de 1974, no meio de um turbilhão emocional e artístico, Elvis Presley mergulhou de cabeça em uma de suas paixões, o Karatê. Desse interesse, que aparentemente atingiu seu ápice no final do ano,  o artista se envolveu num de seus mais peculiares projetos; a realização de um documentário sobre um esporte que até então permanecia fora do radar para a grande maioria da população americana.  Impulsionado por esse ideal, Presley financiou a criação do Tennesse Karate Institute e a realização de um esboço preliminar da película. Batizado originalmente de The New Gladiators, objetivava explicar a filosofia por detrás das artes marciais ao mesmo tempo que reunia praticantes de renome como Bill "Superfoot" Wallace, Wayne Carman e Kang Rhee. Pedaços do script feitos por Elvis mostram seu nível de comprometimento com o projeto. Na cena final, Elvis estaria no topo de uma montanha, seu rosto em "close-up", a camera afastando-se lentamente para revelar centenas de karatecas ao seu redor, fazendo os mesmos movimentos. A frase "O começo" encerraria o documentário, enquanto um vento suave assoprava a sua volta. O projeto foi abandonado apenas alguns meses depois e o interesse de Elvis pelo karatê parece ter desaparecido. As causas desse fim abrupto muito provavelmente se relacionam ao seu declínio físico, que se acentuaria a partir de 1975. Restou uma coleção de cenas, reunidas oficialmente pela primeira vez  neste DVD intitulado Gladiators -The 1974 Elvis Karate Legacy Project.  Nelas, Elvis, seus guarda-costas e expoentes das artes marciais demonstram os conceitos práticos e filosóficos das artes. Presley aparenta boa forma física e exibe surpreendente agilidade na realização dos katas ( série em que o praticante desfere uma sequencia de golpes) , e mostra conhecimento da técnica e de seus conceitos, mesmo que seu 8º grau seja questionável. Não ha dúvidas de que tal nível lhe foi concedido muito mais por sua contribuição na divulgação do esporte do que por sua habilidade real, obviamente inferior a de seus companheiros de projeto,mas não pode-se negar ou descartar seu conhecimento e habilidade em um esporte que praticava desde sua entrada no serviço militar. Na ocasião Elvis foi treinado por um dos maiores mestres, Hank Slomanski, que após treinamento intensivo, lhe concedeu a faixa preta de primeiro grau*.

Nas filmagens Elvis aparenta estar bem, ainda que seu comportamento e atitudes pareçam um tanto quanto deslocados em alguns momentos. É aparente por vezes que Elvis não está funcionando a plena carga, situação que iria se agravar brutalmente nos próximos dias, mas as mudanças que iriam acontecer ainda são muito pouco evidentes. É sem dúvida muito agradável ve-lo praticar um de seus hobbies preferidos de maneira coerente, descontraída e relaxada. As cenas capturadas naquele final de tarde incluem também sua chegada ao dojo, onde é possível ve-lo estacionando seu Cadillac branco ( note a sirene policial no painel!) com a cidade de Memphis ao fundo e Elvis liderando a meditação para uma classe de aprendizes. Infelizmente a qualidade sonora é sofrível e muitas vezes é impossível ouvir o que Elvis está falando. Fato compensado pela qualidade da imagem,excelente, mesmo apresentada na forma crua, aparentemente sem qualquer processo de restauração. Bastante interessante também, as cenas capturas no dojo de Kang Rhee, onde é possível ver o ferimento na mão causado por uma fã mais empolgada em Vegas, algumas semanas antes.

 

Parte do dinheiro investido por Elvis resultou nas filmagens acima, que fariam parte do documentário, mas não estão inclusas no DVD.

Após o cancelamento do projeto, o material gravado permaneceu num limbo existencial até a década de 80, quando foi resgatado pelos produtores do filme This Is Elvis. Malcon Leo e Andrew Solt  redescobriram o projeto perdido de Elvis enquanto vasculhavam sua coleção particular de filmes. Pequenos segmentos foram incluídos no filme biográfico, para espanto total dos fãs que desconheciam a existência do projeto de Elvis. Depois disso, cópias oriundas de uma exibição particular feita por Wayne Carman circularam em qualidade sofrível entre os fãs mais hardcores no final da década de 90. Agora finalmente reunidas oficialmente, com livreto e fotos ilustrativas acompanhando o disco, proporcionam um interessantíssimo vislumbre de um momento incrivelmente obscuro de sua vida e fascinante documento dos interesses de Elvis fora dos palcos.

 

Apresentação Do Material: 4/5

Conteúdo: 4,8/5 

Qualidade Imagem: 4,5/5

Som: 2/5

 

 

* Para saber mais sobre como Elvis conseguiu legitimamente a faixa preta de primeiro grau, leia o interessantíssimo depoimento de Al Tracy, mestre do estilo Tracy Kempo:

 Whas Elvis A Real Black Belt? ( Em inglês)

 

® Sergio Luiz Fiça Biston, Março de 2010

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