Writing
For The King Disco 1 -
The Recordings - Elvis Presley August
1969: BLUE
SUEDE SHOES (24th/M) I
GOT A WOMAN (24th/M) ALL
SHOOK UP (24th/M) LOVE
ME TENDER (24th/M) JAILHOUSE
ROCK / DON’T BE CRUEL (24th/M) HEARTBREAK
HOTEL (24th/M) HOUND
DOG (24th/M) WORDS
(25th/D) YESTERDAY/HEY
JUDE (25th/D) IN
THE GHETTO (25th/M) February
1970: DON’T
CRY DADDY (16th/D) POLK
SALAD ANNIE (16th/D) KENTUCKY
RAIN (17th/D) WALK
A MILE IN MY SHOES (16th/D) August
1970: SOMETHING
(11th/D) YOU’VE
LOST THAT LOVIN’ FEELIN’ (11th/D) I
JUST CAN’T HELP BELIEVIN’ (13th/D) February, 1972: NEVER
BEEN TO SPAIN (14th/M) LOVE
ME (14th/M) (LET
ME BE YOUR) TEDDY BEAR / DON’T BE CRUEL (14th/M) A
BIG HUNK O’ LOVE (14th/M) August,
1969: SUSPICIOUS
MINDS (24th/M) CAN’T
HELP FALLING IN LOVE (24th/M) Disco 2 -
The Demos HEARTBREAK
HOTEL (Axton/Durden/Presley) Singer:
Glenn Reeves (LET
ME BE YOUR) TEDDY BEAR (Kal
Mann/Bernie Lowe) Singer:
Otis Blackwell DON’T
ASK ME WHY (Fred
Wise/Ben Weisman) Singer:
Jimmy Breedlove HARD
HEADED WOMAN (Claude
DeMetrius) Singer:
Jimmy Breedlove TROUBLE (Jerry
Leiber/Mike Stoller) Singer:
Unknown WEAR
MY RING AROUND YOUR NECK (Bert
Carroll/Russell Moody) Singer:
Gus Coletti POCKETFUL
OF RAINBOWS (Fred
Wise/Ben Weisman) Singer:
Jimmy Breedlove NO
MORE (Don
Robertson/Hal Blair) Singer:
Don Robertson (MARIE’S
THE NAME OF) HIS LATEST FLAME (Doc
Pomus/Mort Shuman) Singer:
Mort Shuman GOOD
LUCK CHARM (Aaron
Schroeder/Wally Gold) Singer:
Robert Moseley DEVIL
IN DISGUISE (Bill
Giant/Bernie Baum/Florence Kaye) Singer:
Bill Giant VIVA
LAS VEGAS (Doc
Pomus/Mort Shuman) Singer:
Mort Shuman C’MON
EVERYBODY (Joy
Byers) Singer:
Bob Johnston KISSIN’
COUSINS (Fred
Wise/Randy Starr) Singer:
Malcolm Dodd MY
DESERT SERENADE (Stanley
Gelber) Singer:
Kenny Karen COULD
I FALL IN LOVE (Randy
Starr) Singer:
Malcolm Dodd THE
LOVE MACHINE (G.
Nelson/F. Burch/C. Taylor) Singer:
Gerald Nelson CLAMBAKE
– alternate song (Winfield
Scott) Singer:
Winfield Scott WEARIN’
THAT LOVED ON LOOK (Dallas
Frazier/A. L. Owens) Singer:
Dallas Frazier I’VE
LOST YOU (Howard/Blaikley) Singer:
Peter Lee Sterling THE
NEXT STEP IS LOVE (Evans/Parnes) Singer:
Paul Evans MARY
IN THE MORNING (Cymbal/Rashkow) Singer:
Johnny Cymbal BURNING
LOVE (Dennis
Linde) Singer:
Dennis Linde T-R-O-U-B-L-E (Jerry
Chesnut) Singer:
Jerry Chesnut RAISED
ON ROCK (Mark
James) Singer:
Mark James WAY
DOWN (Layng
Martine Jr.) Singer:
Layng Martine Jr. Writing
For The King - Por Sergio Biston Writing For The
King é um dos mais peculiares lançamentos da FTD e até mesmo do mercado Elvis em
geral. Enquanto a maioria dos livros foca ora em sua vida pessoal ora
em sua carreira, o quarto livro da série tem sua atenção voltada para um
dos aspectos menos explorados de sua obra:A história dos geniais compositores
que criaram a música de Elvis Presley. O projeto reúne 142 entrevistas com
as mentes responsáveis por sucessos como All Shook Up, Suspicious
Minds e Burning Love. As entrevistas são divididas em capítulos por
compositores, que tem sua obra listada logo abaixo de seu nome. O layout do
livro é simples e bastante agradável, com poucas fotos e bastante texto. As
entrevistas revelam-se leitura muito interessante, principalmente porque em
muitas delas os compositores revelam como as músicas foram escritas e
quais foram suas inspirações. Red West revela por exemplo que a idéia de If
You Talk In You Sleep surgiu de uma conversa com um amigo, onde Red relatou que
Elvis era sonâmbulo e muitas vezes falava enquanto dormia. Fica claro que os
autores de canções embaraçosas como Old McDonald, Confidence e Song Of The
Shrimp tentam em vão defender sua obra, jogando a culpa da baixa qualidade
nos estúdios e produtores que selecionavam o material no meio de várias outras
propostas. O argumento se sustenta em parte, mas não pode levar exclusivamente a
culpa pelo material de segunda ou terceira categoria gravado em muitos filmes.
Em sua grande maioria, os compositores expressam grande satisfação com as
interpretações de Elvis, quase sempre mencionando a habilidade do cantor em
abrir novos horizontes para suas criações. Acompanham o
livro, dois CDs. Destes, o mais interessante é o CD com as demos
originais submitidos a apreciação de Elvis. Era com base nesses discos
que ele escolhia que músicas gravar e como gravá-las. Ouvindo os demos,
fica claro porque Elvis é Elvis. Em algumas canções ele se espelhava, nota
por nota na versão do compositor. Em outras o tempo, os arranjos e o fraseamento
eram totalmente alterados. Naquelas onde o original era seguido a risca, o que
ele faz com sua voz, seu único instrumento musical, é algo simplesmente
admirável. Com um toque de midas, as mesmas versões em sua voz se enchem de
vida, como num milagre. Nas versões originais elas soam, com poucas
exceções, datadas e enfadonhas. Com Elvis elas ainda continuam jovens,
atuais, como se tivessem sido gravadas ontem. A espontaneidade, criatividade e
qualidade imensa de suas interpretações levam as canções a outros patamares.
Um dos casos
mais interessantes é a comparação entre as versões de Heartbreak
Hotel e Hard Headed Woman. Na primeira, Gleen
Reeves canta buscando imitar o estilo
"soluçante" de Elvis. Este por sua vez faz uma versão bem próxima da versão de
Reeves. É o caso da cria copiando o criador
e o criador copiando a cria. A diferença é a maneira com que Elvis
enuncia as palavras, no fraseamento e a sua incrível voz. Em Hard Headed Woman, Jimmy
Breedlove segue a mesma linha de Reeves, mas desta vez Elvis opta
pelo completo oposto, atacando a canção com uma voz muito mais agressiva, a
lá Jailhouse Rock, e levando-a para uma direção totalmente
diferente. O mesmo acontece com Trouble. Elvis da a ela um
significado totalmente diferente do proposto pelo intérprete desconhecido da
demo e ainda modifica toda a estrutura final da canção. Na sua
interpretação Trouble ganha um sentido verdadeiro.
Presley encarna a letra da composição. Viva Las
Vegas serve como ótimo exemplo de como Elvis trabalhava no
estúdio. O primeiro take feito por Elvis ( disponível nos FTDs Viva Las Vegas e
Silver Screen Stereo) segue fiel ao demo, mas já na segunda tentativa os
arranjos são modificados e a versão torna-se mais acelerada e o piano
e o violão são substituídos por bongôs e
guitarra,distanciando-se da versão dos compositores. Isso
mostra como diferentes idéias e intrepretações eram estudadas antes de tomar-se
a decisão final pelo master. O demo de
Mary In The Morning, é outro bom exemplo disso. A versão
original é um country relativamente insosso. Al Martino, que a gravou por
primeiro em 1967, imprimiu-lhe um ritmo mais latinesco, mas ainda retendo um
pouco do aspecto country original. A intrepretação de Elvis distancia-se
completamente das duas, diminuindo o tempo e criando uma atmosfera de
contemplação e solidão. O resultado é uma das suas mais belas baladas da
década. Mas
talvez a mudança mais radical dá-se em
T-R-O-U-B-L-E , um original country que Elvis
transforma num rock com levada clássica. É sobretudo um exemplo
maravilhoso de como uma canção pode ter um potencial gigantesco adormecido,
e precisa somente de um rompante criativo para leva-la ao seu máximo. Elvis é a
encarnação desse rompante. Permance indubitavelmente como um dos
seus grades trabalhos. Em quase todas as composições
Elvis supera as demos. Ha porém duas exceções que não podem passar
desapercebidas. A primeira é Raised On Rock, cantada pelo
próprio compositor Mark James. A versão de Presley falhou em capturar a essência
da canção, um rock meio hippie a la Joe South, que ficou muito soturna e com
vocais deslocados na versão oficial. Uma interpretação mais leve teria
beneficiado muito a composição.Também atrapalha o fato da canção ser totalmente
antagônica para Elvis, que ajudou a forjar o rock e não "cresceu" com
ele. A outra é Teddy
Bear, cantada magistralmente por Otis Blackwell. Otis dá uma
interpretação mais próxima ao estilo dos antigos crooners, embora a canção tenha
uma indelével marca de rock anos 50. Na interpretação de Elvis, o tempo é
mais rápido, o fraseamento e as inflexões vocais são diferentes e a canção tem
um sabor mais pop. Ambas as versões são de alto calibre, mas na comparação
direta a versão de Presley é talvez mais dinâmica. Deve-se dizer que em alguns
casos, algumas partes dos arranjos escolhidos por Elvis poderiam ter sido
beneficiados se estivessem seguido o original. I´ve Lost You e
Could I Fall In Love são os dois melhores exemplos
disso. A primeira tem um final mais bonito e criativo do que o "fade out" da
versão de Presley e a segunda melhoria muito sem os excessos de vocais e de
instrumentos da versão final. O demo de Clambake
é uma revelação. É muito superior à composição que foi escolhida por
Elvis para o filme e num palpite arriscado, levando-se em conta a
desmotivação e o tipo de interpretação que Elvis estava dando a
esse material na época, pode-se dizer que a interpretação de Winfield
possivelmente seria melhor do que a de Elvis. No geral a impressão que se
tem é de que embora Elvis não fosse um compositor e essa particularidade
seja por vezes exageradamente explorada por alguns críticos e detratores, o fato
é que na maioria das canções Elvis excedia as espectativas dos próprios
compositores, dando novos significados e interpretações às criações
alheiras. São poucos os artístas que conseguem essa façanha e certamente
esse talento de Elvis é uma das chaves de seu sucesso duradouro. Doc Pomus
sintetizou isso muito bem. Em suas palavras: "Ter uma música sua
gravada por Elvis significa que você irá ouvir sua música e algo a mais, porque
ele sempre colocava alguma coisa que você nunca tinha ouvido. Ele colocava um
pouco de si e criava algo a mais na canção. Sempre esperei com ansiedade
suas gravações porque iria ouvir algo com a qual nunca tinha
sonhado." Conteúdo: 4/5 Apresentação: 4/5 ® Sergio Luiz Fiça Biston -
Julho de 2009 ® 2009 Elvis Collectors
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