Vários alternate takes inéditos dos filmes nos anos 60

Faixas:

Loving You (fast version - take 14)
Jailhouse Rock (take 5)
Don’t Leave Me Now (takes 16-17-18)
Tonight Is So Right For Love (take 1-2)
Frankfurt Special (take 13)
Doin’ The Best I Can (take 3)
Shoppin’ Around (take 1)
Summer Kisses Winter Tears (take 8-9)
In My Way (take 1)
Hawaiian Wedding Song (take 1)
Island Of Love (take 7-8)
Angel (take 2)
I Got Lucky (alternate master)
Home Is Where The Heart Is (take 13-14)
Riding The Rainbow (take 1)
The Bullfighter Was A Lady (alternate master)
I Think I’m Gonna Like It Here (alternate master)
Viva Las Vegas (take 1-2)
The Lady Loves Me (take 5)
You're The Boss (take 3)
Today, Tomorrow, And Forever (take 3-4)
C’mon Everybody (take 1-2-3)
Kissin’ Cousins (Hillbilly overdub)
There’s So Much World To See (alternate master)
Clambake (take 11 - including reprise)
Almost (take 11)

Silver Screen Stereo - Por Sergio Luiz

 

Trazendo material gravado entre 1957 e 1968, o 14º volume da série FTD traça um panorama da carreira cinematográfica de Elvis, através dos 26 outtakes ( todos inéditos) que compõe essa seleção. Assim como seu antecessor, Out In Hollywood, Silver Screen Stereo reúne performances que variam do clássico Jailhouse Rock ao material mais inferior como The Bullfighter Was A Lady. Este CD entretanto, é superior ao seu irmão mais velho, uma vez que as performaces escolhidas possuem maior valor atístico.

O CD abre com Loving You, clássico do filme de mesmo nome, na versão rápida. Embora a versão “balada” seja melhor, temos uma ótima tentativa com excelente vocalização de Presley, completa com todos os malabarismos vocais que se tornaram sua marca registrada nessa época.

Jailhouse Rock, a segunda faixa, faz jus ao clássico máster, mantendo o mesmo nível. Inacreditável como Elvis pode fazer 8 takes da canção (um overdub) com uma entrega e esforço vocal tão grande e ainda gravar no mesmo dia 25 takes de Young And Beautiful e 19 de Treat Me Nice.

Fechando a leva de canções da década de 50, temos 3 takes de Dont Leave Me Now, dois incompletos e o último uma boa versão, muito próxima ao máster.

Tonight Is So Right For Love abre a década de 60, marcando o que seria o padrão definitivo de sua carreira “Hollywoodiana”. Aqui temos os primeiros takes, com Elvis mostrando certa insegurança nas tentativas, principalmente com o momento certo de entrar na canção; e a instrumentação marcada por arranjos que buscam imitar a sonoridade da musica tradicional alemã. A original é uma boa canção, não se enquadra como um clássico, mas canções as românticas desta época de Presley são um bom exemplo da suavidade e controle vocal tão comentados.

A suavidade da lugar a velocidade em Frankfort Special. Executada de maneira alucinantemente rápida, perde muito do apelo original, que já era mínimo no master. Um canção inferior certamente, e que igualmente busca identificar-se com alguma coisa alemã, caricaturizada nos “Yah Yah YahyahS” do vocalistas de fundo.

Contrastando com a velocidade da faixa anterior, Doing The Best I Can, põe o ouvinte no modo “chá-de-camomila”  com sua melodia e batida suave. Elvis mais uma vez mostra-se em total controle vocal, transformando essa canção relativamente medíocre numa boa performance.

A última subida dessa montanha russa é Shopping Around, sem sombra de dúvida a melhor faixa gravada para G.I. Blues. O primeiro take aqui apresentado, carece do “punch”, da força, que faz do máster uma audição deliciosa e um retorno prazeroso ao rock ingênuo da década de 50.

O bloco seguinte é composto de baladas de qualidades diversas. Summer Kisses, Winter Tears é bonita, mas não chega a empolgar. Já In My Way revela-se uma peça superior, com Elvis vocalizando de maneira delicada e os arranjos simples, apenas o violão, complementando a fragilidade necessária a canção. Hawaiian Wedding Song e Island Of Love datam-se demais pela sonoridade havaiana, embora a primeira sobressaia-se com um arranjo e letras mais elaboradas. Todos os takes assemelham-se muito aos masters.

Canções oriundas do filme Kid Galahad provam ser superiores ao que seria a média dos filmes vindouros, como podemos confirmar nos takes de I Got Lucky - excelente rockinho que aqui  se faz presente com o máster take alternativo, carecendo dos overdubs finais, mais notadamente da bateria proeminente ao final – Home Where The Heart Is, balada caprichada cujo take 14 também mostra poucas diferenças quanto ao máster e Riding The Rainbow que embora seja a mais fraca da leva, mostra-se satisfatória. Mais uma vez a vocalização suave e bem feita de Elvis salva a canção da mediocridade. No take presente, temos a característica “limpeza” sonora, com o piano  e a batida simples se destacando mais.

O ponto mais baixo do CD vem com The Bullfight Was A Lady, retrato perfeito do ponto baixo que as trilhas sonoras de Elvis começavam a se caracterizar já em 1963. Não há muito o que se comentar, a não ser que este alternate máster é muito próximo máster oficial, o que já diz muito.

I Think Im Gonna Like It Here, também do mesmo filme (Fun In Acapulco) eleva um pouco a qualidade da trilha sonora mexicana, embora ela não funcione fora do contexto da película.

Tudo melhora com Viva Las Vegas, proveniente do filme de mesmo nome e que sem dúvida nenhuma é uma das melhores trilhas sonoras de seus filmes. O primeiro take revela-se uma agradável surpresa, embora incompleto. Com ênfase num piano simplista e uma levada mais desacelerada, mostra um forte contraste com os arranjos finais que enfatizam a bateria e os bongos, já presentes no take 2.

The Lady Loves Me é outro destaque da trilha. Espirituosa, muito bem escrita e com um fino humor a canção em dueto com Ann Margrett aparece aqui no take 9, também sem diferenças notáveis do máster.

O mesmo vale para Your The Boss, que contando com a vocalização muito sexy de Ann, faz o ouvinte esquecer o fato dela não ser  uma cantora na verdadeira acepção da palavra.

Today, Tomorrow, and Forever , representada pelos takes 3 ( apenas o início, com Elvis limpando a garganta em seguida) e 4 mostra-se já promissora nos primeiros takes. Diferentemente do máster, a ausência dos overdubs torna a peça mais delicada e apropriada a delicadeza dos vocais de Elvis.

C´mon Everybody termina a trilha de Viva Las Vegas com chave de ouro. Talvez a melhor canção da película, os takes 1 e 2 contidos na seleção apresentam um desafio para Elvis, principalmente na parte do assobio onde Elvis tem problemas em acompanhar o tempo certo. A solução é marcar a parte assobiada com a bateria. O take três flui com confiança, mostrando-se uma excelente performance, com a bateria e a harmonia bem marcadas. Um final “blues” diferencia a canção do máster.

A vigésima terceira faixa, Kissin Cousins  é uma peculiaridade. Trata-se apenas do overdubb “caipira” da vocalização de Elvis para o máster ( que pode ser ouvido ao fundo), onde Presley força as palavras para marcar o sotaque interiorano.

Um toque “jazzístico- burlesco” marca Theres So Much World To See , com Elvis esquecendo a letra pouco mais de minuto meio depois, neste máster alternativo.

Clambake é a penúltima canção do CD. A fraca composição é aqui caracterizada pela vocalização um tanto quanto “pigarreante” de Elvis. O solo de guitarra também soa diferente. Há um reprise no final da canção muito interessante,

Por fim, Almost, bonita balada “Sinatriana” encerra com bom nível esta compilação. O take 11 é superior ao take 6 da caixa Today Tomorrow and Forever.

Como consideração final, esta compilação da FTD cumpre muito bem seu papel ao levar o ouvinte à um passeio pela carreira cinematográfica de Prelsey, muito bem representada pelos os altos e baixos das respectivas trilhas sonoras.

Também serve como um resgate do material mais obscuro dessas trilhas, mas que apresenta denotada qualidade, em canções como I Got Lucky, In My Way, Almost e There´s So Much World To See. Não se trata de documento indispensável, mas é recomendado para quem aprecia o material mais desconhecido de Elvis e busca variedade e qualidade.

 

 

 

® Sergio Luiz Fiça Biston, Novembro de 2006

 

Som: 5/5

Conteúdo: 4/5

 

 

 



 

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