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Gravado Ao Vivo Em Murfresboro, TN 6 & 7 de Maio de 1975

Músicas:

6 de Maio de 1975:

Also Sprach Zarathustra
See See Rider
I Got A Woman / Amen
Love Me
If You Love Me
You Don’t Have To Say You Love Me
All Shook Up
(Let Me Be Your) Teddy Bear / Don’t Be Cruel
The Wonder Of You
Polk Salad Annie
Introductions / Johnny B. Goode / Long Live Rock ‘n’ Roll
My Boy
T-R-O-U-B-L-E
I’ll Remember You
Why Me Lord
Let Me Be There
American Trilogy
Fairytale

7 de Maio de 1975:

Little Darlin’
Funny How Time Slips Away
Can’t Help Falling In Love
Closing Vamp
Bridge Over Troubled Water
Love Me Tender

 

 

Dixieland Rocks-  Elvis,40 anos e imortal. – Por Sergio Luiz

 

 

Em oito de Janeiro de 1975, Elvis, objeto de desejo de milhões de adolescentes de saia de bolinhas e rabos de cavalo, ídolo mor dos “badboys” de jaqueta de couro e brilhantina no cabelo, fazia 40 anos de idade. Não foi uma transição fácil. No momento que o relógio virou meia-noite em Graceland, Elvis caiu em depressão. O “Rei do Rock” se achava velho. Que diria Elvis se visse hoje o “dinossáurico” Mick Jagger, sexagenário, quebrando tudo no Rio de Janeiro,  ao som dos gritos de uma platéia juvenil?

A depressão foi profunda e combinada com problemas de saúde e abuso de medicamentos, acabou por levá-lo á uma internação no Baptista Hospital para uma desintoxicação e tratamento de problemas que tanto o incomodavam.

 

Quatro meses depois, em 6 de Maio, Presley apareceria revigorado, cheio de energia e em ótima forma física e vocal no palco do Middle Tennessee State University em Murfreesboro Tennessee. Os problemas que recentemente o incomodavam, pareciam ser coisa do passado.

 

  

                                                                 murftickt (20K)

 

                                                                                               Ingresso para o show do dia 6

 

2001 mais uma vez arrepia a todos na arena e Elvis explode em See See Rider com o vigor esperado, para então seguir com as rotineiras I Got a Woman/Amen e Love Me.

O show recobra o ritmo com uma excelente versão de If You Love Me, Let Me Know, clássico de Olívia Newton John adicionado com sucesso ao repertório em Agosto de 1974.

You Dont Have To Say You Love Me  e The Wonder of You nos levam de volta a 1970, onde tudo parecia possível. Boas performances, embora distantes das fantásticas versões originais. O mesmo pode ser dito do  trivial medley dos anos cinqüenta. Se pudesse, Elvis colocaria o 45 rotações original para tocar, enquanto distribuía echarpes para a platéia.

Há muito Elvis havia se cansado dessas canções. Nunca um homem de olhar para trás, Elvis as incluía em seu repertório apenas para agradar seus fãs. Costumava dizer, segundo a lenda, que não gostaria de ter  40 anos e ainda cantar Hound Dog. Talvez por isso Presley tenha deixado de fora o clássico nessa noite no Tennessee, preferindo canalizar sua energia em canções mais atuais como Polk Salad Annie, Let Me Be There e T-R-O-U-B-L-E.

 Provando que seus agora 40 anos  não fariam diferença alguma, o bombardeio sonoro de Jerry Scheff no baixo e Ronnie Tutt na bateria, faz de Presley um adolescente cheio de energia novamente. Os bons tempos nunca terminariam...

 

Assim como T-R-O-U-B-L-E traz de volta o jovem rebelde em Elvis, Fairytale faz o mesmo pelo menino do interior do Mississipi, imortalizado na capa do clássico “Elvis Country”. Lançada no seu mais recente álbum, Fairytale sempre se saiu melhor ao vivo e aqui, com o tempo mais lento, recebe de Elvis um de seus melhores tratamentos. Seus vocais são agressivos, apaixonados, cheios de vida, claramente identificando-se com a canção.

 

 

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                                                                                             Elvis, durante a turnê de Maio

 

My boy por outro lado, é o retrato da inocência perdida e a constatação que "a vida não é um conto de fadas”, como canta Elvis. Página rasgada de seu diário sentimental, My Boy é a exteriorização dos demônios que atormentavam Presley e ganha aqui, uma versão brilhante. Os arranjos ao vivo mais simples, dão oportunidade ao ouvinte de apreciar toda a riqueza da voz de Elvis bem como seu alcance vocal, quando sobe uma nota próximo ao final, acrescentando nova dimensão ao clássico de 1973.

 

O tape, incompleto, termina com Fairytale e conta com mais 6 canções adicionadas para completar o show. Gravadas no dia anterior, mantém o mesmo nível das apresentações posteriores, com destaque para a sempre belíssima Bridge Over Troubled Water.

Elvis deixa o palco com sua tradicional Cant Help Falling In Love. Ele veio, ele conquistou. Novamente, 21 anos depois.

Mais do que apenas um soundboard de excelente qualidade, Dixieland Rocks   retrata o momento em que Elvis saía de sua crise de identidade, encarando os quarenta anos de frente e mostrando que o garoto bamboleante da década de 50 vivia ainda forte em seu espírito. Elvis seguiu em frente, abalando a arena com o velho e bom  rock’n’roll, fazendo a trilha sonora dos eternos românticos e trazendo todos de volta para casa. Elvis, o ídolo imortal.

 

Show:4,5/5

Som: 5/5

 

 

 




® Sergio Luiz Fiça Biston, Março de 2006




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