CHANGE OF HABIT - Por Sergio Biston
Change Of Habit marca a última aparição de Elvis nos cinemas como ator. É uma despedida simpática e agradável para uma carreira de enorme sucesso em Holywood, mas marcada principalmente pelas suas frustrações como ator e da qualidade medíocre de muitas das películas. No papel do médico John Carpenter, Elvis despede-se da carreira de ator de maneira graciosa, com uma atuação tranquila e contida. Não que o papel exigisse muita habilidade, mas sua leitura do médico de gueto é no mínimo carismática.
A história é interessante, quase leviana, mas consegue cativar o espectador durante seus noventa e poucos minutos, girando em torno de três noviças que deixam a clausura para realizar um trabalho social num bairro marginalizado de Porto Rico, ao mesmo tempo que descobrem as peculiaridades da vida mundana e os dilemas entre seus votos religiosos e as interrelações sociais. É um filme bastante distanciado da famosa fórmula Presley, abordando alguns temas inéditos ou pouquíssimo explorados nas produções anteriores como, drogas, autismo, estupro e descriminação racial. Dos quatro filmes finais de Elvis, que buscavam apresenta-lo de maneira diferente dos costumeiros papeis de crooner romântico, Change Of Habit é sem dúvida o melhor. Aqui Elvis é um cara comum, centrado e que exerce uma profissão legítima. Até mesmo a trilha sonora é superior as demais, apresentando quatro músicas de qualidade. Change Of Habit, a canção título, toca sob os créditos iniciais, enquanto o excelente rock Rubberneckin, a simpática Have A Happy e a empolgante Let Us Pray são cantadas por Elvis, dentro do contexto da história.
O Dr. Carpenter entretém seus convidados com Rubberneckin
As três noviças são interpretadas por Barbara McNair, Jane Elliot e a queridinha da américa, Mary Tyler Moore. Todas representam seus papéis com competência. Não ha nenhum momento embaraçoso durante o filme, exceto talvez por uma cena bizarra onde Carpenter cura o altismo de uma garota, empregando a técnica de "redução de raiva". Entende-se que na época, o publico geral pouco sabia sobre a doença.
Particularmente interessante para os fãs , alguns momentos que mostram o Dr.Carpenter jogando futebol americano e tocando piano em momentos de descontração, atividades que o próprio Elvis fazia em suas
horas vagas.
Carpenter toca Lawdy Miss Clawdy ao piano A menina Amanda, John e a irmã Michelle se divertem em um carrossel
Para quem se interessa pela vida privada de Elvis, esses segmentos fictícios constituem uma espiadela fascinante.
Infelizmente Change of Habit chegou tarde demais para Elvis. Com as bilheterias de seus filmes já em declínio, a exibição ficou restrita a alguns cinemas locais, dividindo a sala com o filme House Of The Cards. A crítica especializada notou a mudança, mas reagiu indiferente à elas assim como o público geral.
Assim, Elvis deixava para sempre suas pretensões como ator. Uma nova chance apareceria em 1975, com a possibilidade de atuar no papel de John Norman Howard no filme A Star Is Born, contracenando com Barbra Streisand. Por razões ainda obscuras, a chance nunca se concretizou. Coube ao Doutor John Carpenter, de maneira muito digna, acenar o adeus de Elvis ao "mundo de magia e sonhos de Holywood". Um novo Elvis surgiria, desempenhando um papel que imortalizaria uma de suas mais conhecidas facetas.
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ELENCO: Amanda Parker: Lorena Kirk
Change Of Habit Rubberneckin´ Have A Happy Let Us Pray Lets Be Friends ( cortada, apenas instrumental )
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® Sergio Luiz Fiça Biston - Agosto de 2008
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