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CHARRO - Por Sergio Biston

 

A busca de Elvis por papéis sérios que pudessem mostrar seu potencial como ator nunca se concretizou por completo. Tentativas foram feitas no início de sua carreira, mais notoriamente em King Creole, (sua melhor atuação, segundo a crítica) Wild In The Country, Jailhouse Rock e Flaming Star. Mas muito rapidamente as escolhas de seus papéis mudaram para comédias românticas e musicais. Durante a década de 60, esses filmes foram gradativamente perdendo a qualidade na mesma proporção em que Elvis tornava-se mais e mais desinteressado por suas rotinas fracas e sem sentido.

Irônicamente, quando sua carreira cinematográfica chegava ao fim e seu anseio por voltar às apresentações ao vivo e ao cenário musical atual ocupavam a maior parte de seu tempo e talento, as chances para uma mudança nos rumos de sua carreira cinematográfica davam uma última guinada. Essa tentativa tardia para dar à Elvis o tipo de papel que ele sempre buscou e ao mesmo tempo reposiciona-lo dentro do contexto atual da década deram origem à filmes como Charro. Influenciado pela escola de Westerns italianos conhecidos como "Spaghetti Westerns" cujos expoentes eram Sergio Leone na direção e Clint Eastwood como o Homem Sem Nome, Charro apresentava Elvis no papel do anti-herói Jess Wade, um integrante discidente da quadrilha de Vince. Em muitos aspectos,  Jess Wade ia contra tudo aquilo que a fórmula Presley da década de 60 representava. Pela primeira vez em um de seus filmes, o personagem de Elvis não aparece cantando em nenhum momento e a única canção do filme é cantada sobre os créditos iniciais. Barbado e com aspecto sujo, Jess é também um forte contraste com os personagens impecavelmente vestidos e penteados que seduziam as mocinhas com canções nos momentos mais inusitados, característicos dos filmes de Elvis.

A mudança conceitual não ficou restrita a telona e foi também estampada nos posters de divulgação do filme, com os dizeres "Um tipo diferente de papel..." "...Um tipo diferente de homem."

Acompanhando as Parcialmente rodado no famoso Apache Movie Ranch, cidade cenográfica clássica dos filmes de western da época, a película conta ainda com bons efeitos de explosões. A parte musicial ficou a cargo do respeitado Hugo Montenegro.

Mesmo com as bem vindas mudanças, Charro mostrou-se um faroeste apenas regular e incapaz de  atingir as altas expectativas que rondavam tanto Elvis quanto a produção.

Parte desse fracasso deve-se ao diretor  Charles Marquis Warren, que produziu, adaptou e conduziu uma história sem muito apelo e profundidade com mão trêmula e sem convicção . Sem dirigir na tela grande desde 1959, Warren não consegue extrair o melhor de seus atores e nem passar a credibilidade necessária para os eventos que se desenrolam.

Como consequência, a atuação de Elvis não dá a dimensão necessária ao seu personagem, sofrendo com diálogos pobremente construídos.  Os personagens que orbitam a trama também carecem da mesma falta de profundidade. Ina Balin, o interesse amoroso de Elvis no filme e a disputa entre Jess Wade e Vince pelo seu amor não são agraciados com o cuidado e tempo suficiente para desenvolver tal dinâmica. Solomon Sturges, que vive Billy Roy ,o irmão problema de Vince, não agrada como vilão coadjuvante, irritando nos poucos momentos em que tenta mostrar sua personalidade perturbada. Já Victor French consegue sobressair-se no papel do vilão principal, com atuação convincente trazida de sua longa tradição no gênero Western.

Como um todo, Charro não é um filme ruim e está longe de ser embaraçoso. Ainda que a história não tenha muita consistência e seu ritmo seja por vezes arrastado, representa uma boa mudança para a batida fórmula dos musicais da década de 60 e é melhor do que muitos dos filmes de seu currículo. Com uma direção mais competente e diálogos mais elaborados, Charro poderia ,quem sabe, ter  finalmente dado a Elvis a chance de provar seu talento como um ator sério.

Infelizmente, mais esforços como esse nunca se concretizaram e a carreira de Elvis em Hollywood dava seus últimos respiros de vida.

 

 

 

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                                                                                                     O canhão mexicano,  objeto central da trama

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Jess Wade é marcado à ferro pelo grupo de Vince. Um dos momentos principais do filme.             

                                             

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Wade doma um cavalo selvagem, após ter sido atacado e abandonado pelo grupo de Vince. A esquerda, Ina Ballin no papel de Tracey

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O visual sujo e barbado de Elvis representava uma grande mudança para os padrões de seus filmes

 

 

  • CURIOSIDADES
  • Elvis acidentalmente disparou um revolver contra o rosto do diretor Charles Marquis Warren, enquanto praticava um saque rápido. Sem saber que a arma estava carregada com balas de festim, Elvis acertou o rosto do diretor com fragmentos de pólvora e vidro, ferindo-o levemente. Elvis ficou profundamente chateado com o fato, ao contrário de Warren que passou a provocar Elvis, dizendo: " Pelo menos agora eu sei o que você pensa do diretor".
  • Charlie Hodge faz uma ponta sem falas como um dos mexicanos no começo do filme.
  • Membros da Máfia de Memphis e o Coronel Parker deixaram suas barbas crescerem para imitar Elvis durante as filmagens. 
  • As filmagens ocorreram de 22 de Julho a 28 de Agosto de 1969.
  • No dia 27 de Agosto, Elvis fez um show improvisado no bar do hotel para os atores e integrantes da produção do filme. Elvis repetiu o show no dia seguinte, na festa de encerramento.
  • Duas cenas de nu foram feitas para o filme, com a intenção de manter o aspecto maduro da produção. A primeira cena trazia uma briga entre duas prostitutas pelo personagem de Elvis, que acabava por expôr os seios de uma delas. A outra cena incluia um nú de Tracey ( Ina Balin) feita por uma dublê de corpo. As cenas foram cortadas da versão americana, mas é possível que tenham sido exibidas nos cinemas europeus.

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  • Como de costume, Elvis encantou a todos com sua generosidade, carisma, talento e educação durante a produção do filme. Comentários sobre sua preocupação com o bem estar de todos foram feitos em diversas entrevistas com as partes envolvidas.
  • James Almanzar, o cherife Ramsey, seria substituído pelo ator Denver Pyle a pedido dos executivos do estúdio. Uma intervenção de Elvis fez com que o ator permancesse no cast do filme.
  • CHARRO foi inspirado no livro homônimo de HARRY WHITTINGTON 

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  • Segundo J. Edward McKinley, figurante do filme, uma garota pediu a ele se seria possível conhecer Elvis. McKinley aproximou-se de Elvis e mencionou a garota, dizendo que ela queria muito pelo menos apertar sua mão. Elvis concordou em conhece-la e ao aproximar-se dela e dar-lhe a mão, a garota começou a urinar-se de emoção. Elvis ignorou o fato e sorrindo, disse: "Foi um prazer conhece-la. Espero que possamos nos ver novamente" Virou-se, tocou-lhe a bochecha e saiu, sem olhar para baixo, evitando constrange-la.
  • Uma outra canção foi gravada para o filme, mas acabou cortada: Let´s Forget About The Stars.

 

 

  • ELENCO: 

    Jess Wade : Elvis Presley
    Vince: Victor French
     
    Tracey : Ina Balin 
    Solomon Sturges: Billy Roy 
    Lynn Kellog: Marcie

    Barbara Werle: Sara Ramsey

    John Almanzar: Cherife Ramsey

  • DIREÇÃO:

        Charles Marquies Warren

  • CANÇÕES

       Charro ( Cantada Apenas Nos Créditos De Abertura)

  • ESTÚDIO:

National General Pictures

 

 

  • Posters e Lobby Cards:

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    • Bastidores:

          

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