ELVIS 30TH ANNIVERSARY CONCERT
O concerto dos 30 anos era sem
dúvida o mais importante evento da semana Elvis. Os ingressos haviam sido
comprados em Dezembro, e haviam se esgotado rapidamente. Devido a grande
demanda, a EPE decidiu fazer um segundo show, no mesmo dia, intitulado Midnight
In Vegas. Simulando uma apresentação de Elvis
Chegamos ao Fedex fórum com uma hora
de antecedência. O calor era forte ainda as sete horas da tarde e o clima do
local era eletrizante. Lembrando muito a atmosfera dos concertos de Elvis, os
quais obviamente só pude conferir em produções como On Tour, as pessoas
aglomeravam-se próximas à entrada da arena. Chamou-me a atenção a quantidade de
pessoas jovens, em número significativamente maior do que nos demais eventos da
semana Elvis. Jovens mulheres trajavam vestidos de noite e uma em
particular, na casa dos vinte e
poucos anos, vestia botas go-go e cabelo típico dos anos 70. Na porta do Fedex Fórum, vendedores
ambulantes vendiam os Tour Books a exorbitantes 20 dólares. Era como se
tivéssemos embarcado no tempo e voltado aos psicodélicos anos 70, quando um show
de Elvis era um verdadeiro evento, atraindo o público local e de cidades
vizinhas.
Em pouco tempo a entrada foi
liberada e com muita organização, tomamos nossos assentos na arena. Aos poucos o
local foi enchendo e as 8:10 a arena estava lotada, com os doze mil lugares
ocupados.
Todd Morgan mais uma vez deu as boas
vindas, e fez uma chamada de países. França, Inglaterra e Austrália tiveram a
maior participação, por vezes ocupando sessões inteiras do complexo. Após
algumas orientações gerais e a promessa de uma surpresa interessante, as luzes
do Fedex foram apagadas, a orquestra começou um tema de abertura enquanto o
telão emitia um sinal de satélite, que se direcionava do espaço para a casa de
Elvis.
A câmera entrou dentro da casa,
subiu as escadas e Jerry Schilling apareceu abrindo a porta do quarto de Elvis
pelo lado de fora. Elvis, representado por um cover cujo rosto nunca aparecia,
saiu do quarto trajando a jumpsuit Aloha e Jerry Schilling conferiu seus anéis e
entregou-lhe os óculos.
Elvis e Jerry desceram as escadas
juntos e Joe Esposito juntou-se à eles, caminhando até o helicóptero que
esperava nos Jardins de Graceland. O helicóptero levantou vôo e em alguns
segundos chegou até o Fedex Fórum. Ao ver o local, Elvis comentou “ Its A Big
Place”. Rapidamente o helicóptero
pousou e George Klein abriu a porta, escoltando todos até o backstage.
Os aplausos e gritos ficaram cada
vez mais fortes e aos poucos a banda, a orquestra e os grupos de apoio foram
aparecendo.
“Oh See, See See
Rider
Oh See, What You Have
Done”
Por incalculáveis vezes ouvi essa
abertura. Nessa noite porém, parecia a primeira vez. Lá estavam todas aquelas
figuras que por tantos anos eu havia visto no Thats The Way It Is, On Tour e
Aloha From Hawaii. Tutt continuava um animal, um polvo rítmico que não perdia
sequer uma batida. Jerry Scheff, parte vital do esquema Tutt-Scheff, tirava
notas de todos os lugares. Glen aliava seu talento nato com os anos de
experiência, fazendo seu piano soar ainda mais soberbo. E James...bem, James é
James.
Não há como descrever precisamente
em palavras, a sensação de estar numa arena lotada e ver James Burton solando
The Wonder Of You na sua frente. Ou ver os dedos envelhecidos de Glen D. Hardin,
dedilharem com ainda mais primor, as notas de abertura de Bridge Over Troubled
Waters.
Não havia como não se emocionar
quando Bill Baize, exatamente como no segmento de On Tour, atingiu a nota aguda
Ouvir Elvis cantar What Now My Love dentro da arena escura foi simplesmente incrível. O final majestoso que ouvimos tantas vezes na televisão é simplesmente incomparável ao vivo. A nota final,extremamente clara devido a separação dos canais utilizada no evento, fez com que admirássemos o incrível talento vocal de Elvis ainda mais.
O som na arena era simplesmente fabuloso. Baixo e a bateria faziam o chão tremer e sentíamos cada batida no peito. A orquestra de Joe Guercio esteve simplesmente perfeita e os violinos acrescentados à Just Pretend fizeram uma linda canção ficar ainda mais bela. Emocionante ver Joe Guercio, já obviamente velhinho, curtindo One Night como se trinta e poucos anos tivessem sido ontem, batendo ritmicamente na perna e cantarolando a letra, no seu momento de folga.
Elvis 30th Anniversary Concert
Elvis: Midnight In Concert
Muito bem montado, o show seguiu em
ritmo alucinante e a sensação de que Elvis estava realmente lá só foi quebrada
quando iniciou-se um “revival” de sua carreira, procedido por um inconveniente
intervalo. Mesmo que esse segmento quebre um pouco o clima de ilusão, a presença
dos Jordanaires e de DJ Fontana no palco mais do que compensou esse
detalhe.
Simplesmente incrível ver Fontana acompanhando freneticamente o
eternamente jovem Elvis
A grande surpresa da noite foi a
presença de Lisa Marie, num dueto comovente de In The Ghetto com seu falecido
pai. Descalça e muito bonita num vestido vermelho, Lisa surpreendeu ao aparecer
ao vivo no final do dueto. O clima na arena era indescritível. As vozes de Elvis e
de Lisa Marie ecoavam no estádio, enquanto fotos de crianças pequenas ao redor de
armas, passavam na tela. Visivelmente emocionada, agradeceu aos fãs por todos os
anos de apoio e devoção ao legado de seu pai.
O show seguiu com mais algumas
performances, utilizando inclusive para nossa surpresa, outtakes inéditos de TTWII, claramente identificados pelo
contador na parte inferior da tela. E então, cedo demais, Elvis disse a célebre
frase:
“There´s a song we did in
Blue Hawaii...
I like to sing it specially
for you”
Pela primeira vez, senti a mesma sensação que milhões de fãs sentiram, muitas vezes capturadas nas gravações de seus shows, quando os acordes iniciais de Cant Help Falling In Love começaram a ecoar pelo Fedex Fórum. Foram duas horas que passaram como instantes e hoje estão para sempre gravados em minha memória. Instantâneos de pura magia, onde por momentos preciosos, Elvis esteve de volta à esse plano.
UM AGRADECIMENTO ESPECIAL
À minha amada esposa Elisangela, minha companheira nessa viagem inesquecível por todos os lugares que sempre me fascinaram. Pela paciência e compreensão nas duas horas e meia que passeamos pela casa, nas duas vezes que a visitamos. Principalmente, por ter curtido realmente a viagem, cantado junto as músicas no concerto, registrado meus encontros com James Burton, Dj Fontana, Sam Thompson, Mary Ann Mobley, as Sweets, The Memphis Boys, Jerry Schilling e por falar "vai lá´" quando hesitei em falar com Joe Esposito. Por tudo isso e muito, muito mais meu amor e gratidão.
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