EDITORIAL (15K)

 





Editorial


EDITORIAL

 

 

 

 

sergio123 (23K)Os fãs de Elvis vivem hoje uma época de ouro. Temos um selo dedicado somente para nós, lançando material inédito de estúdio, livros belíssimos com centenas de fotos nunca antes vistas e concertos das mais diversas turnês e temporadas, tudo entremeado com canções raras e por vezes inéditas. O mundo dos bootlegs embora minado pela força da FTD, continua a lançar material de excelente qualidade, por vezes surpreendendo o fã.

Por isso mesmo não podemos negar que nos tornamos crianças mimadas. Não mais curtimos os lançamentos que no passado certamente nos empolgariam imensamente. Esperamos algumas semanas para o próximo lançamento, ouvimo-o, e gritamos: “Próximo!” Depois ele fica guardado em nossas prateleiras ou torna-se um número “x” de MB.

Quem viveu a década de 80 e início dos anos 90, sabe o pesadelo que era ser fã de Elvis. Naquela época, esperávamos três, quatro anos para que a RCA lançasse um disco de material repetido, com um ou dois takes inéditos no meio. O mercado era inundado por compilações lotadas de material repetido e até mesmo a discografia oficial de Elvis estava indisponível. Filmes de Elvis era algo quase impensável. Com o mercado recém explorado do VHS, poucas locadoras existiam e essas certamente não disponibilizavam nenhum filme de Elvis. Tinhamos que nos contentar em assisti-lo na clássica Sessão Da Tarde ou no Corujão, alguns anos mais tarde.

Quando o Seresteiro De Acapulco passou numa madrugada da minha infância, lá pelos idos de 88 ou 89, corri para gravar o filme no nosso recém adquirido video-cassete. Tendo apenas 8 anos e ainda não familiarizado com "tamanha" tecnologia, não atentei ao fato da fita já ter sido usada anteriormente, fazendo com que tudo o que fosse gravado do filme, fosse apenas Elvis andando e cantando com o garoto na bicicleta, nas cenas iniciais do filme. De repente tudo ficou azul, o aparelho estralou,o simbolo REW apareceu na tela...

Demorei dez anos para conseguir finalmente me divertir em Acapulco  quando localizei uma cópia desgastada de uma locadora, num sebo local. Tempos difíceis para qualquer fã.

 acapulcovhs (67K)

Veio muito a calhar portanto, esse texto enviado pelo amigo José Carlos de Oliveira, que resume muito bem o que era ser fã de Elvis nesse período, e como hoje temos em nossa mão um acervo inimaginável algumas décadas atrás, graças aos esforços de pessoas como Ernst Jorgensen, Joseph Tunzi, EPE e muitos outros anônimos. Não que devemos aceitar tudo sem senso crítico, mas devemos sim, ser agradecidos pelo que temos, afinal, The King is gone...

zet (24K)Não éramos felizes e Não sabíamos – Por José Carlos de Oliveira.

Quando Elvis faleceu em 16/08/77 eu havia feito 13 anos  de idade, mas ainda não era fa dele, como  hoje o sou. Recebi a noticia de sua morte como uma notícia comum, assim como acontece quando morre alguém famoso. Foi Cid Moreira quem me avisou de sua morte:  “ – MORRE NOS ESTADOS UNIDOS O CANTOR NORTE AMERICANO ELVIS PRESLEY  VITIMA DE PARADA CARDIACA”. Hoje, seria como perder um irmão.

Somente se você fosse um ermitão morando numa caverna teria passado incólume por Elvis Presley, tamanha a repercussão e fenômeno desencadeado por sua morte.

Nessa época, o acesso à Elvis era apenas o vinil, as fitas cassetes e o rádio. Lembro-me muito bem da propaganda na minha televisão preto e branco: “DISPONIVEL EM LPS E CASSETES”, Lembrando disso hoje, não posso evitar achar engraçado pois minha geração, caros amigos, foi a do vinil e do final do compacto e que mesmo nesse período, já não eram fáceis de achar.  

Nesta época, aqueles que já colecionavam vinis eram os detentores do poder e eu, um simples mortal, ficava a mercê destes seres...

elgreatestehome (42K)Então o que fazer? Eu não trabalhava, não tinha dinheiro para comprar os incríveis vinis e muito menos as fitas, pois não tinha toca discos, muito menos gravador. Não precisam chorar ainda...

O Elvis In Concert estava programado para ir ao ar no Natal, no mesmo esquema do NBC TV Special, e devido ao fato, foi antecipado. O Aloha From Hawaii estava desde 1973 sem ser visto e nessa época meu amigo, você ficava feliz se pudesse ouvi-lo. Isso claro, se você tivesse o vinil duplo que só fui adquirir anos mais tarde.

Filmagens de Elvis eram algo fora de nosso alcance, e existiam somente câmeras 8mm nas mãos dos americanos que pudessem de alguma forma documentar Elvis em movimento. Isso sem som, é claro, pois as câmeras com som foram somente aparecer em meados de 1976.

Mas não se esqueçam que estávamos no Brasil dos militares, da censura e dos exilados e ter um equipamento desses era apenas para a classe média ( doutores, comerciantes, etc)

vcr (48K)

O nosso vídeo cassete, que para mim ainda era um OVNI, só entrou nos EUA em 1981, pois foi o período em que os filmes dos famosos rolos 8mm foram para as fitas de vídeo. Mas ainda tínhamos mais uma dor de cabeça, pois o sistema vigente era o BETAMAX que quando comprados pela nossa “classe média”, tinha que ser convertido para o sistema PAL-M, senão tudo o que fosse gravado ou reproduzido sairia em preto e branco.

Meu primeiro vídeo foi um Sharp, adquirido num sistema de consórcio o qual você pagava a primeira parcela e recebia dois carnes de 12 pagamentos. O terrível é que esse aparelho jurássico tinha um controle remoto com fio ( acredite se quiser).Se Elvis tivesse vivido mais uns quatro anos, teria sido filmado naquelas

 filmadoras enormes que você colocava o VHS dentro e tinha uma qualidade um pouco melhor.

 

 

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Para vocês entenderem a escassez de material filmado de Elvis, só fui ver Elvis de verdade quando “This Is Elvis” ( Elvis, O ídolo Imortal) passou no

cinema, acho que em 1982. A expectativa era tão grande e eu e meu amigo Sandro, tão fanático quanto eu, entramos no CINE SÃO JOÃO ( Famoso cinema de Curitiba) onde passava o filme dos Trapalhões só para ver o Trailer de This Is Elvis. O filme era legendado e como eu nunca tinha visto a tradução daquelas músicas de Elvis, levei um gravador dentro de uma mala de colégio e enquanto o filme passava eu ficava falando dentro dessa pasta, narrando as legendas e torcendo para que ninguém chamasse o pinel.

 

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 A primeira vez que vi o Aloha From Hawaii foi quando viajei para São Paulo, quando em 1982 nosso amigo Antonio Carlos passou o vídeo para nós. Não preciso dizer a emoção que senti. Viajávamos sete horas de ida e sete de volta, mas valia cada minuto pois voltávamos com vinis raros, assistíamos ele em vídeos e nos envolvíamos em todo aquele esquema de fan clubs, festas, gente diferente e lugares diferentes.

O que trazíamos conosco era ouvido e ouvido repetidas vezes, incessantemente, pois muitas músicas eram desconhecidas. Queria pelo menos ouvir tudo aquilo que ele havia gravado oficialmente e isso passou a ser meu objetivo em vida. E ainda continua sendo, graças a Deus, até hoje.

       

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