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EDITORIAL
 Os fãs de Elvis vivem hoje uma época de ouro. Temos um selo dedicado 
somente para nós, lançando material inédito de estúdio, livros belíssimos com 
centenas de fotos nunca antes vistas e concertos das mais diversas turnês e 
temporadas, tudo entremeado com canções raras e por vezes inéditas. O mundo dos 
bootlegs embora minado pela força da FTD, continua a lançar material de 
excelente qualidade, por vezes surpreendendo o fã.
Os fãs de Elvis vivem hoje uma época de ouro. Temos um selo dedicado 
somente para nós, lançando material inédito de estúdio, livros belíssimos com 
centenas de fotos nunca antes vistas e concertos das mais diversas turnês e 
temporadas, tudo entremeado com canções raras e por vezes inéditas. O mundo dos 
bootlegs embora minado pela força da FTD, continua a lançar material de 
excelente qualidade, por vezes surpreendendo o fã.
Por 
isso mesmo não podemos negar que nos tornamos crianças mimadas. Não mais 
curtimos os lançamentos que no passado certamente nos empolgariam imensamente. 
Esperamos algumas semanas para o próximo lançamento, ouvimo-o, e gritamos: 
“Próximo!” Depois ele fica guardado em nossas prateleiras ou torna-se um número 
“x” de MB.
Quem viveu a década de 80 e início dos anos 90, sabe o pesadelo que era ser fã de Elvis. Naquela época, esperávamos três, quatro anos para que a RCA lançasse um disco de material repetido, com um ou dois takes inéditos no meio. O mercado era inundado por compilações lotadas de material repetido e até mesmo a discografia oficial de Elvis estava indisponível. Filmes de Elvis era algo quase impensável. Com o mercado recém explorado do VHS, poucas locadoras existiam e essas certamente não disponibilizavam nenhum filme de Elvis. Tinhamos que nos contentar em assisti-lo na clássica Sessão Da Tarde ou no Corujão, alguns anos mais tarde.
Quando o Seresteiro De Acapulco passou numa madrugada da minha infância, lá pelos idos de 88 ou 89, corri para gravar o filme no nosso recém adquirido video-cassete. Tendo apenas 8 anos e ainda não familiarizado com "tamanha" tecnologia, não atentei ao fato da fita já ter sido usada anteriormente, fazendo com que tudo o que fosse gravado do filme, fosse apenas Elvis andando e cantando com o garoto na bicicleta, nas cenas iniciais do filme. De repente tudo ficou azul, o aparelho estralou,o simbolo REW apareceu na tela...
Demorei dez anos para conseguir finalmente me divertir em Acapulco quando localizei uma cópia desgastada de uma locadora, num sebo local. Tempos difíceis para qualquer fã.

Veio 
muito a calhar portanto, esse texto enviado pelo amigo José Carlos de Oliveira, 
que resume muito bem o que era ser fã de Elvis nesse período, e como hoje temos 
em nossa mão um acervo inimaginável algumas décadas atrás, graças aos esforços 
de pessoas como Ernst Jorgensen, Joseph Tunzi, EPE e muitos outros anônimos. Não 
que devemos aceitar tudo sem senso crítico, mas devemos sim, ser agradecidos 
pelo que temos, afinal, The King is gone...
 Não éramos felizes e Não sabíamos – Por 
José Carlos de Oliveira.
Não éramos felizes e Não sabíamos – Por 
José Carlos de Oliveira.
Quando 
Elvis faleceu em 16/08/77 eu havia feito 13 anos  de idade, mas ainda não era fa dele, 
como  hoje o sou. Recebi a noticia 
de sua morte como uma notícia comum, assim como acontece quando morre alguém 
famoso. Foi Cid Moreira quem me avisou de sua morte:  “ – MORRE NOS ESTADOS UNIDOS O CANTOR 
NORTE AMERICANO ELVIS PRESLEY  VITIMA DE PARADA CARDIACA”. Hoje, seria como 
perder um irmão.
Somente 
se você fosse um ermitão morando numa caverna teria passado incólume por Elvis 
Presley, tamanha a repercussão e fenômeno desencadeado por sua 
morte.
Nessa 
época, o acesso à Elvis era apenas o vinil, as fitas cassetes e o rádio. 
Lembro-me muito bem da propaganda na minha televisão preto e branco: “DISPONIVEL 
Nesta 
época, aqueles que já colecionavam vinis eram os detentores do poder e eu, um 
simples mortal, ficava a mercê destes seres...
 Então o que fazer? Eu não trabalhava, não tinha dinheiro para comprar 
os incríveis vinis e muito menos as fitas, pois não tinha toca discos, muito 
menos gravador. Não precisam chorar ainda...
Então o que fazer? Eu não trabalhava, não tinha dinheiro para comprar 
os incríveis vinis e muito menos as fitas, pois não tinha toca discos, muito 
menos gravador. Não precisam chorar ainda...
O 
Elvis In Concert estava programado para ir ao ar no Natal, no mesmo esquema do 
NBC TV Special, e devido ao fato, foi antecipado. O Aloha From Hawaii estava 
desde 1973 sem ser visto e nessa época meu amigo, você ficava feliz se pudesse 
ouvi-lo. Isso claro, se você tivesse o vinil duplo que só fui adquirir 
anos mais tarde.
Filmagens 
de Elvis eram algo fora de nosso alcance, e existiam somente câmeras 8mm nas 
mãos dos americanos que pudessem de alguma forma documentar Elvis 
Mas 
não se esqueçam que estávamos no Brasil dos militares, da censura e dos exilados 
e ter um equipamento desses era apenas para a classe média ( doutores, 
comerciantes, etc)

O 
nosso vídeo cassete, que para mim ainda era um OVNI, só entrou nos EUA em 1981, 
pois foi o período em que os filmes dos famosos rolos 8mm foram para as fitas de 
vídeo. Mas ainda tínhamos mais uma dor de cabeça, pois o sistema vigente era o 
BETAMAX que quando comprados pela nossa “classe média”, tinha que ser convertido 
para o sistema PAL-M, senão tudo o que fosse gravado ou reproduzido sairia em 
preto e branco.
Meu primeiro vídeo foi um Sharp, adquirido num sistema de consórcio o qual você pagava a primeira parcela e recebia dois carnes de 12 pagamentos. O terrível é que esse aparelho jurássico tinha um controle remoto com fio ( acredite se quiser).Se Elvis tivesse vivido mais uns quatro anos, teria sido filmado naquelas
filmadoras enormes que você colocava o VHS dentro e tinha uma qualidade um pouco melhor.

Para vocês entenderem a escassez de material filmado de Elvis, só fui ver Elvis de verdade quando “This Is Elvis” ( Elvis, O ídolo Imortal) passou no
cinema, 
acho que em 

 A 
primeira vez que vi o Aloha From Hawaii foi quando viajei para São Paulo, quando 
em 1982 nosso amigo Antonio Carlos passou o vídeo para nós. Não preciso dizer a 
emoção que senti. Viajávamos sete horas de ida e sete de volta, mas valia cada 
minuto pois voltávamos com vinis raros, assistíamos ele em vídeos e nos 
envolvíamos em todo aquele esquema de fan clubs, festas, gente diferente e 
lugares diferentes. 
O que 
trazíamos conosco era ouvido e ouvido repetidas vezes, incessantemente, pois 
muitas músicas eram desconhecidas. Queria pelo menos ouvir tudo aquilo que ele 
havia gravado oficialmente e isso passou a ser meu objetivo 

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