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From Sunset Boulevard To Paradise Road



Faixas: 

Disco 1

If you love me (let me know)

Promised land

Down in the alley

It's midnight

Your love's been a long time coming

Good time Charlie's got the blues

Softly, as I leave you

I'm leavin'

The first time ever I saw your face

Proud Mary

If you talk in your sleep

If you love me (let me know)

Ensaios 16 de Agosto 1974 

Disco 2

The twelfth of never

Faded love

Just pretend

 

Ensaios 16 de Agosto 1974

 

The twelfth of never

 

Faixa bonus com ovedubbs de David Briggs

 

Big boss man

Proud mary

Down in the alley

Good time charlie got the blues

Never been to Spain

It's midnight

If you talk in your sleep

I'm leaving

Let me be there

Softly as i leave you

If you love me, let me know

Love me tender

Polk salad annie

Band introductions

Promised land

My baby left me

Bridge over troubled water

Fever

Hound dog

Can't help falling in love (incompleta)

 

Show de abertura, 19 de agosto de 1974

 

 

From Sunset Boulevad To Paradise Road-Por Sergio Luiz

 

Musicalmente, os shows da temporada de Agosto em Vegas, se tornaram lendários pela variedade de canções inéditas e raras. Algumas fizeram sua estréia e desapareceram no show de abertura e seu registro em bootlegs como este constituem material indispensável para colecionadores.

 

Lançado em 1996, pelo selo Diamond Anniversary, o Bootleg From Sunset Boulevard to Paradise Road transformou-se em um verdadeiro clássico. Certamente entre os 10 melhores lançamentos de todos os tempos.

O CD duplo, impressiona tanto pelo conteúdo quanto pela qualidade. Abrigado em um digipack triplo, impresso em papel de altíssima qualidade, os dois CDs estão acompanhados de uma breve historia e informações complementares, além de fotos de Elvis em sua suíte no Hilton. A qualidade sonora, embora um tanto quanto ruidosa e abafada, é muito boa e apresenta uma mixagem limpa, com Elvis em evidencia e a banda bastante clara.

 

Mas o que mais fascina neste CD não é sua aparência e sim o seu conteúdo. É como se pudéssemos entrar em uma máquina do tempo e voltar para 1974, entrarmos invisíveis no estúdio e presenciar o artista em seu ambiente mais intimo de criação, o estúdio.

Gravado em uma fita cassete comum, o ensaio de Elvis para sua nova temporada em Vegas, é um dos poucos ensaios conhecidos de Elvis sem cortes, onde sua genialidade artística pode ser apreciada como um todo. 

Sem a pressão de estar sendo monitorado por câmeras e microfones, esse tape nos dá uma rara oportunidade de acompanhar o processo criativo de Elvis, como ele dirigia a banda e os vocalistas, em um momento crucial de sua carreira. Um momento o qual Elvis buscava renovar seu espetáculo e sair da rotina tediosa em que vivia.

 Em outras palavras, temos a rara oportunidade de conhecer o artista por detrás da lenda.

Elvis se revela uma pessoa talentosa, criativa, atenta e principalmente muito afável. Em nenhum momento das gravações age com intransigência ou impõe sua vontade nos arranjos das canções. Ao invés disso, conduz os ensaios como um maestro, ensinando até mesmo como os vocalistas devem fazer as harmonias.

Não obstante, a nova temporada de Elvis revelaria um set list revolucionário. Seria uma das últimas vezes que Elvis alteraria a estrutura de seu show e suas apresentações no Hilton durante esta temporada tornariam-se lendárias entre os fans, por suas canções únicas e performances memoráveis.

Como base para o novo show, Elvis usou suas recentes gravações no Stax de Memphis em 1973, uma sessão que originou diversos clássicos. Desta leva, Your Love Been A Long Time Coming merece menção. É a única vez que Elvis a ensaiou, e infelizmente ela não encontrou seu lugar sob os holofotes. A versão do ensaio possui um final mais bem elaborado e dramático do que a versão de estúdio.

Além delas, Elvis trouxe também dois recentes sucessos de Olívia Newton John: If You Love Me, Let Me Know e Let Me Be There (esta, incorporada ao repertório na primeira temporada em Vegas deste mesmo ano) mostrando que Elvis estava antenado ao mercado fonográfico da época.

 

 

É interessante notar, que mesmo renovando o repertório, Elvis sabia da importância de  incluir seus antigos clássicos nos shows. Por isso, trouxe Down In The Alley e Big Boss Man (essa também da primeira temporada do ano),  numa tentativa de mudar o foco de seus clássicos dos anos 50 para os anos 60.

Após os ensaios, Elvis estava pronto para estrear mais uma temporada.

A abertura foi na noite do dia 19 de Agosto.

A platéia muito provavelmente supreendeu-se ao ouvir a bateria selvagem de Ronnie abrir o concerto, ao invés do costumeiro tema de 2001. Elvis entrou no palco com sua  Peacock suit e iniciou a apresentação com Big Boss Man. Trazida da temporada passada em Vegas, Big Boss Man é um excelente numero e seus arranjos combinam a veia humorística da versão original com o exagero de Vegas, de maneira perfeita. Entretanto, como numero de abertura, Big Boss Man, era menos eficaz do que  See See Rider ou Thats All Right. Vocalmente, Elvis estava soberbo.

 

 

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                                          Elvis usando a Peacock em 1974

 

A voz ,balanceada com perfeição, poderosa porém suave, demonstrava impressionantes graves. Fisicamente Elvis também estava bem e demonstrava estar bem humorado no palco do Hilton. O show seguiu com as novas canções e o repertório excelentemente balanceado, incluía canções desconhecidas do seu antigo repertório, como Down In The Alley e canções mais contemporâneas como If You Talk In Your Sleep, que se destaca por sua malícia e batida envolvente e Promised Land, um dos melhores Rocks gravados por Elvis.

O novo repertório também incluiria uma canção que se tornaria outro ponto alto desta temporada, a tocante Soflty as I Leave You. Seu arranjo peculiar trazia  Sherril Nielson  como vocalista principal e Elvis recitando a canção. No ambiente intimista de Vegas, a história de um homem a beira da morte, despedindo-se de sua mulher criava uma atmosfera arrepiante e contemplativa, mostrando uma faceta até então inédita  da visão artística de Presley.

Porém, talvez em nenhum outro momento de suas apresentações ao vivo até então, Elvis tenha se revelado tanto quanto em sua performance em Good Time Charlies Got The Blues. Elvis canta: “Play around you´ll lose you wife,” e complementa  “already did that” e continua: “Play to long you´ll lose your life”, emendando “ I almost did that too!”. Infelizmente, essa foi a única vez que Elvis a cantou ao vivo e devemos agradecer a quem quer que tenha gravado esse tape.

Durante os anos, os shows de Elvis foram gradativamente mudando, na mesma medida em que Elvis amadurecia, tanto como pessoa, como artista. E esse amadurecimento se refletia nas canções que realmente significavam algo para ele. Esse amadurecimento é mostrado em Its Midnight, ponto alto deste show e que fez sua estréia nessa temporada. É um recado explícito à sua ex-mulher e sua performance emotiva e sincera mostra porque Elvis é único.Suas canções não são produtos unidimensionais, desprovidos de vida, mas sim expressões máximas dos sentimentos que pulsavam em sua mente e reflexo íntimo de seus medos e problemas. Sendo assim, suas canções e performances adquirem um significado real e vivo, transportando o ouvinte à uma viagem única pela mente de um gênio da musica e por vezes, refletindo os sentimentos do próprio ouvinte. É isso que transforma Elvis em um artista tão grande

 

 

 

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Agosto de 1974

 

E tão grande é também sua generosidade. Que outro artista aceitaria com tanta complacência o pedido de alguém da platéia para que cantasse Hound Dog pela 689º vez, após ter passado dias trancado num estúdio ensaiando um novo repertório?

Talvez tenha sido esse pedido, aparentemente tão banal, que tenha feito com que no dia seguinte, Elvis voltasse para o formato antigo de seus shows, numa prova intrigante da teoria que diz: “Uma borboleta bate as asas na Europa e causa um Tsunami no Japão”

Felizmente muitas das novas canções foram mantidas no repertório e a Sua 11º temporada no Hilton, ficaria gravada na memória dos fans como uma temporada única, com performances e canções igualmente únicas. Um espetáculo onde o ser humano revelou-se de maneira inédita, um espetáculo de drama, emoção, risos e lágrimas. Sem dúvida, um retrato da época conturbada em que Elvis vivia.

 

Show: 5/5

Som:4,2/5

 

                                                                

 

                                            ®  Sergio Luiz Fiça Biston. Originalmente publicado por Sergio Biston no site Elvis Still Active In Norway em 2001.

 

 

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