SOUTHERN GYPSY MAGIC (STRAIGHT ARROW) - Por Sergio Biston



                     

 
Southern Gypsy Magic
Gravado ao vivo, 23 de Julho de 1975. Asheville, NC


® Sergio Luiz Fiça Biston, Julho de 2013



 



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Disc 1:
01. Introduction: Also Sprach Zarathustra
02. C. C. Rider
03. I Got A Woman / Amen
04. Big Boss Man
05. Love Me
06. If You Love Me (Let Me Know)
07. It's Midnight
08. All Shook Up
09. (Let Me Be Your) Teddy Bear / Don't Be Cruel - 10. Hound Dog
11. The Wonder Of You
12. Turn Around, Look At Me
13. Polk Salad Annie
14. Introduction of singers, musicians, orchestra
15. Johnny B. Goode (James Burton)
16. Drum Solo (Ronnie Tutt)
17. Bass Solo (Jerry Scheff)
18. Piano Solo (Glen Hardin)
19. School Day (Joe Guercio Orchestra)

Asheville, Carolina Do Norte, 23 de Julho de 1975. Sete mil quatrocentos e trinta e sete fãs presenciaram uma das mais vibrantes apresentações de Elvis.
Entre esses mais de sete mil, alguns trouxeram consigo gravadores portáteis que registrariam o evento. Muito provavelmente essas gravações não representavam  muito mais do que uma lembrança pessoal, da mesma forma que uma fotografia serve como recordação de uma ocasião importante. Trinta e oito anos mais tarde, essas gravações amadoras se tornariam cobiçados itens de colecionadores, que encontram nelas a única maneira de fazer parte daquela noite na Carolina do Norte.
O primeiro registro de um desses gravadores apareceu num CD de 1997 intitulado Gyrating Asheville. A qualidade sonora, como é característica desse tipo de registro, deixa muito a desejar. A gravação em mesa de som do show do dia 23, assim como os outros dois concertos na mesma cidade nos dias 22 e 24, parmanece na lista de desejos de todo fã e colecionador. Apesar da torcida, ele insiste em parmanecer um sonho, talvez  guardado em alguma coleção particular ou esquecido em algum sótão americano.
Sendo assim, temos que nos contentar, pelo menos por enquanto, a ouvir os registros amadores da ocasião.
Southern Gypsy Magic é resultado de mais uma recordação de um desses sete mil que estavam em Ashville quando tudo aconteceu.
Ela começa abafada, decepcionante. O som vem e vai, com o gravador claramente sendo movimentando para dentro e para fora do que quer que o tenha escondido até que as luzes se apagassem e seu portador pudesse encontrar a melhor posição para gravar o show. Assim prossegue a gravação, registrando a entrada de Elvis no palco e a reação explosiva da platéia ao vê-lo. O som fica abafado e os gritos da pláteia sobrepujam a música. Elvis parece absorver a reação da pláteia, numa longa e incomum espera para iniciar See See Rider. Só em If You Love Me é que  finalmente a qualidade sonora se estabiliza. Talvez a comoção inicial tenha diminuido e quem quer estivevesse gravando pode finalmente posicionar o equipamento adequadamente.
Show: 5/5
Arte: 3,7/5
Som: 2,8/5

A qualidade da gravação está longe de ser espetacular, mas é uma melhora considerável em relação á fonte anterior e ha nela uma ambientação  agradável, que caracteriza as gravações de platéia de melhor qualidade.
Gravações de platéia desse tipo são mais ou menos como o filme de Zapruder, o famoso 8mm que registrou a bala que matou Kennedy. Mesmo pobres tecnicamente, constituem a única janela para um evento que de outra forma transformaria-se apenas numa tradição oral.
Nessa noite, bem como na noite anterior e na seguinte, Elvis não poupou esforços para agradar seu público. Não somente dispôs-se a apresentar-se vocalmente em forma, como também presenteou os fãs com performances raras, por vezes únicas como é o caso de Turn Around Look At Me. Assim como fez no começo do ano,  investiu nas faixas de seus discos mais recentes, Today, e Promised Land, resultando em preciosidades como a excelente versão de Shake A Hand.
Parte disso se deve ao fato de que peculiarmente, o público presente não reage como de costume à Elvis. Isso não só fica evidente na gravação, mas como nos comentários de Elvis. Depois de Hound Dog, o público simplesmente não aplaude e Elvis diz: "Vocês podem aplaudir, se quiserem. Mostrem para nós que vocês estão ouvindo as músicas". No começo do show, diz: "Não sei o que vocês ouviram. Eles ( referindo-se aos orientadores no começo do show ) fizeram uma lavagem cerebral em vocês, com esse papo de não levantem de seus assentos e não se movam. Divirtam-se!".
Mas não importa o que faça, o público continua de certa forma, contido. A ponto de no final do show Elvis dizer: "Alguma coisa que vocês queiram ouvir antes de deixarmos o palco? Que tal Promised Land?"
É irônico, entretanto, o fato de que seria ótimo se nessa altura de sua carreira Elvis tivesse encontrado mais platéias como essa, já que isso o motivou a apresentar um show muito mais versátil e incomum, que se não foi apreciado como deveria à ocasião, o é certamente agora.
Disc 2:
01. T-R-O-U-B-L-E
02. Why Me Lord?
03. How Great Thou Art
04. Let Me Be There (w/ reprise)
05. Shake A Hand
06. Fairytale
07. Introduction of Vernon
08. Little Darlin'
09. Mystery Train / Tiger Man
10. Funny How Times Slip Away (with reprise)
11. It's Now Or Never
12. Promised Land
13. Can't Help Falling In Love
14. Closing Vamp / announcements

BONUS
(July 22):
15. Why Me Lord? (Elvis solo)
16. Shake A Hand (with false starts)
17. Memphis, Tennessee (with false start)
18. You Don't Have To Say You Love Me

(July 24):
19. That's All Right
20. Jailhouse Rock
21. Something
22. Return To Sender
23. Wooden Heart
24. Shake A Hand
25. Pieces Of My Life