Chaos in College Park – Por Luiz Henrique


O “pior” show da carreia de Elvis finalmente disponível em cd! Mito confirmado ou mito desfeito?


Qualidade Sonora

Infelizmente uma gravação da platéia, mas uma de ótima qualidade. O que de suma importância para esse cd já que Elvis esta “falante” mais que o normal. Felizmente conseguimos entender tudo o que Elvis fala e principalmente, canta.

Show

“Tony Brown (pianista):” ele entrou no palco e ficou segurando o microfone pelos primeiros trinta minutos como um poste”.

“John Wilkinson ( guitarrista) : “ Ele estava em frangalhos . Ele estava obviamente drogado. Ele estava tão mal que não entendíamos o que ele falava.”

“Joe Guercio (maestro): “Ele estava acabado. Ele nem conseguia introduzir os músicos. O show foi curto e parecia que seria assim para sempre..”

Todos esses depoimentos são a respeito desse show contido neste cd do dia 27 de setembro de 1974. Através dos anos este mito cresceu e se fortaleceu como sendo o pior show da carreia de Elvis. Com esta expectativa esperávamos ouvir um Elvis completamente fora de controle, uma platéia revoltada e um show curto.

Felizmente ouvindo esse cd este mito esta desfeito. Não, não é um bom show como estamos acostumados para 1974. Elvis esta desconcentrado, seus diálogos na maior parte são longos em demasia. Mas é apenas isto, não é um desastre, não é curto, a platéia gosta do show e temos algumas boas e ótimas interpretações.

O show inclusive é melhor que o do dia seguinte, na mesma cidade, que foi lançado pela Fort Baxter na caixa “Profile”. Neste segundo show Elvis esta visivelmente mais sobre efeito de medicamentos do que o famoso show apresentado neste novo cd.

Tirando um excesso de diálogos, este show é quase “normal”. Temos uma normal “See See Rider” abrindo o show , nada de diferente de qualquer show. Elvis esta suficiente concentrado para notar um problema no som do estádio e orientar Porter de como resolvê-lo. “If You love Me let Me Know” e “It´s midnight” são ótimas versões e antes de “Fever” temos mais um de um minuto de um dialogo perfeitamente normal e corente de Elvis com a platéia sobre seus band aids nas mãos.

Antes de “Love me tender” Elvis enumera vários de seus filmes de forma correta. “Bridge” não é uma boa versão , desconcentrada e sem seu poder comum. Já “Polk Salad’ tem a mesma energia de sempre seguida pelas introduções onde Elvis dialoga em excesso mas de forma coerente e engraçada na maior parte, novamente nada de embaraçoso.

“How Great Thou Art” é uma ótima versão e a resposta do publico é excelente. Sem diálogos embaraçoso (como tivemos em Vegas em agosto) Elvis encerra o show com “Can´t Help fallingin love”


Conclusão

A conclusão que chegamos ao ouvir este cd é que não devemos acreditar piamente em biografias ou ate mesmo na memória das pessoas. A duvida que temos é se é este show mesmo que os músicos estavam se referindo.
O show em nenhuma forma é um desastre. Claro que temos apenas uma “audience Record” para analise, mas certamente há algo de errado com alguns comentários dos músicos.
Na verdade o que devemos fazer é ouvir sempre o material e tirarmos nossas próprias conclusões. E quem escutar este cd certamente não o associara a palavras como “caos” , “tragédia” ou sinônimos.
Mais um mito desfeito, qual será o próximo?

Som : 3/5
Show: 3/5